22.12.09

"O Trabalho Liberta"

"O Trabalho Liberta"

Os nazis castigavam com o Trabalho. Aqui debaixo deste sol meio-mediterrânico também gostamos de "mandar trabalhar" quem queremos castigar e, como é norma nestas coisas, que façam o trabalho que nós não queremos fazer. Não, nada de confusões, não somos nazis - aliás, no tempo dos nazis nós éramos salazaristas, isto é, também não gostávamos de judeus, só não os mandávamos tomar banho com "Zyklon B".

Abreviando, depois da resistência dos patrões subsídio-dependentes em darem mais uns cêntimos ao Salário Mínimo, depois de ouvir o Belmiro de Azevedo (mais um que esconjura "o Estado" mas não lhe larga a mama) falar de fazer greve como um acto de "ousadia" dos seus "colaboradores"... percebe-se: só considera o Trabalho como castigo quem o desvaloriza.

É bem ténue a linha que teremos de atravessar para colocarmos um letreiro como aquele na fronteira deste país: é prescindirmos da nossa Liberdade a propósito da luta contra a "insegurança", começarmos a olhar para a cor de cada um para ver quem é suspeito de estar a "afundar isto" e esquecermos cobardemente que este "barco" tem uma ponte, tão parasita quanto imbecil, a principal responsável por esta rota suicida. Só a cobardia permite que se façam letreiros como aquele.

10.12.09

O Género e a Classe.

Estas duas imagens estão incluídas na apresentação "100 - Uma Década em Cem Fotografias", uma selecção feita pela "Reuters" e montada por César B. Gomes para o jornal "Público".
Pode ver as restantes 98 aqui (link para o "Público"). Vale a pena.

25.11.09

Hoje é 25 de Novembro

Em 25 de Abril de 1974, a malta veio livremente para a rua.
Em 25 de Novembro de 1975, a malta foi obrigada a ficar em casa.


13.11.09

Vitor Constâncio desejado na Europa

Comentário a uma notícia do "Público"

O meu clube tem um guarda-redes pago a peso de ouro.
De vez em quando faz umas defesas "para a fotografia", atirando-se sobre os avançados de estatura mais pequena, esmagando-os com o seu peso. Todavia, na maioria das ocasiões fica a meio caminho entre os postes e a acção eficaz, tem medo de sair aos pés dos rematadores... distrai-se, encolhe-se e não raras vezes sofre golos ridículos. Compromete a equipa e ajuda a afundar clube na classificação. Em suma, um autêntico "frangueiro".
Por uma sorte que os deuses teriam dificuldade em explicar, aparece um clube internacional a pretender comprá-lo.
Sócio desde pequeno, farto de pagar quotas e ver o clube perder, sussurro: Vendam-no a "custo zero". Já, antes que eles ganhem juízo.

12.11.09

A Vergonha dos Muros


Cartoon copiado do Blog Molotov (PSTU do Brasil)

Enquanto se festeja o aniversário da "Queda do Muro", ergue-se a Vergonha noutros locais do planeta. Na Palestina erige-se o mais ignóbil.
Não há muros justos. Se pensar por um pouco que os muros isolam pessoas e remetem-nas à condição de bestas, qualquer indivíduo(a) bem formado(a) indignar-se-á contra a sua construção.

Os muros são sempre construídos em nome da protecção de uns contra uns tantos, mas é ilusória a protecção que o betão armado constitui para os que têm força para construir muros.
Ao constituírem prisões para comunidades inteiras os muros não fazem mais que acentuar as causas da violência da qual supostamente pretendem constituir uma defesa.
Quem constrói muros sabe disto, não o faz por estupidez mas por um cálculo político que leve a tornar impossível a vida de quem pretende cercar e sujeitar. Não se trata de um engano de nefastas consequências com origem em boas intenções.

Se virmos a coisa noutra perspectiva, o muro cuja queda tem alimentado o foguetório mediático dos últimos dias, o que dividia a Alemanha, não servia só à RDA como a vulgata histórica pretende fazer crer. Dava também um jeitão danado para o controlo da "propagação" do "comunismo" aos que governavam o Ocidente - com a vantagem do investimento económico e o prejuízo político serem do outro lado. Além de justificar um nível de tensão militar que representou o lucro de um complexo militar-industrial que, conforme vimos nos últimos anos, tem uma capacidade terrível de fabricar inimigos e encontrar "novos mercados".
Mas era da vergonha que constitui o muro que Israel está a colocar à Palestina que se falava aqui.

"Ignóbil", sim. Quando quem constrói o muro na Palestina se viu no lugar do sitiado não há mais de sessenta anos, cada placa de betão erguida contra a viabilidade de um Estado Palestiniano é um escarro na memória dos que ficaram do lado de dentro do muro do Gueto de Varsóvia.

Soldados israelitas disparam sobre fazendeiros e activistas dos direitos humanos em Gaza.

Vídeos encontrados por acaso no You Tube.
Nunca os vi nas televisões, mas não foi por acaso.






Perante o silêncio dos media corporativos, o Exército israelita continua o ataque sistemático a civis palestinianos e activistas de Direitos Humanos na Faixa de Gaza.

Na terça-feira, 27 de Janeiro de 2009, em Abassan, as forças israelitas atiraram sobre vários agricultores matando um deles.
Anwar, 27 anos de idade, foi colher salsa e espinafres nas terras agrícolas da aldeia, a cerca de 700 metros da Linha Verde, quando os jipes israelitas abriram fogo com metralhadoras do outro lado da Linha Verde. Fizeram mais de 30 disparos, segundo relataram testemunhas. A maioria dos sete agricultores que trabalhavam na área abrigaram-se da chuva de balas. Todavia, Anwar foi baleado no pescoço morrendo instantaneamente.

Depois do episódio, activistas ocidentais dos Direitos Humanos têm acompanhado a faina dos agricultores de Abassan. Apesar disso, os soldados israelitas continuaram a atacá-los.

Estes vídeos que retratam a intimidação por parte do exército israelita aos camponeses e activistas foram filmados em 3 e 5 de Fevereiro de 2009 na zona onde ocorreu o assassinato de Anwar.

(Este texto é uma adaptação daquele que acompanha os vídeos no You Tube)

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9.11.09

A Crise Económica explicada a burros

A estória que se segue foi "postada" por Leal Franco no Troll Urbano, um blogue devidamente "linkado" aí ao lado. "Direitos de autor" salvaguardados, aí vai:

"Era uma vez, num pequeno e distante vilarejo, apareceu um homem anunciando que compraria burros por € 10,00 cada. Como havia muitos burros na região, os aldeões iniciaram a caçada. O homem comprou centenas de burros a € 10,00, e como os aldeões diminuíram o esforço na caça, o homem anunciou que pagaria € 20,00 por cada burro. Os aldeões foram novamente à caça, mas logo os burros foram escasseando e os aldeões desistiram da busca. A oferta aumentou então para € 25,00 e a quantidade de burros ficou tão reduzida que já não havia mais interesse em caçá-los. O homem então anunciou que compraria cada burro por € 50,00! Mas, como iria à cidade grande, deixaria seu assistente cuidando da compra dos burros. Na ausência do homem, o seu assistente propôs aos aldeões: - "Sabem os burros que o homem vos comprou? Eu posso vendê-los a vocês a € 35,00 cada. Quando o homem voltar da cidade, vocês vendem-nos a ele pelos € 50,00 que ele oferece, e ganham uma boa massa". Os aldeões pegaram em suas economias e compraram todos os burros ao assistente. Os dias passaram-se, e eles nunca mais viram nem o homem, nem o seu assistente: Somente burros por todos os lados."


Moral da estória: Burros são os que vendem os burros
Vocês, não sei, mas eu lembrei-me da EDP, da GALP, da...

5.11.09

Piratas são os que exploram os artistas e os consumidores

A propósito disto, isto:

A "pirataria" é condenável e tal... Todavia, há um facto indesmentível, o de que os "piratas" fizeram mais pela democratização do acesso à informática que os governos ao colocarem à disposição de todos os sistemas operativos para que os computadores pudessem trabalhar. Não? Era capaz de jurar que tirando os adeptos das várias "distros" do Linux poucos têm o seu computador alheado da pirataria... A este nível, com a evolução amigável dos sistemas operativos baseados em Linux (como o Caixa Mágica e o Ubuntu, ambos em português), e com o cada vez melhor Open Office (também disponível em português), já não há necessidade de alimentar a máquina de fazer dinheiro da Microsoft (não venham os adeptos retorquir porque não estou a fazer juízo de valor acerca dos produtos). Quanto ao "download" de música, lendo a lista dos artistas portugueses que participam na campanha, refiro: Downloads? Nem que me pagassem! Lembro apenas que há vários grupos musicais, dos que mais vendem, que disponibilizam as suas músicas para download gratuito. Que as editoras deixem de explorar os consumidores com o preço dos DVD e CD e verão que vendem mais. Lembro os estádios de futebol: vazios e caros.

4.11.09

A Deus o que é de Deus, a César o que é de César

Lê-se no Público de hoje: "Ontem, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, sediado em Estrasburgo, França, pronunciou-se unanimemente sobre uma queixa de uma italiana que pediu a retirada dos crucifixos das salas de aula de uma escola pública onde os seus filhos estudavam."

Trata-se de um assunto que já foi debatido em Portugal, país onde a Constituição continua a ficar à porta de várias instituições que continuam a pensar que Portugal tem uma "religião oficial".
"A Civilização Ocidental tem uma raiz judaico-cristã", ouve-se não raras vezes.
Não é uma "inverdade", mas acaba por se tornar uma "verdade mentirosa" no sentido em que esquece todas as outras raízes culturais, linguísticas e, calcule-se, religiosas que fizeram de nós o que somos.
Os reprodutores do lugar-comum esquecem que além da raiz judaico-cristã há outras raízes na nossa árvore, aquelas que cresceram em contradição no sentido do Conhecimento e da Ciência que a religião sempre travou.
É o mesmo que dizer que não foi só o "Papa" que nos influenciou, mas também a luta contra os seus ditames - lembremos a Reforma, o Iluminismo e as Ideias Liberais, e o Ideal Libertário de várias matizes que tem corrido nas veias de todos os que ao longo dos séculos se têm levantado contra a Injustiça Social...
Como resultado, dessa mistura contraditória e por vezes sanguinária, uma grande conquista civilizacional da Europa: a possibilidade de termos uma convicção religiosa sem sermos perseguidos por ela e, sobretudo, o direito de não sermos "praticantes" ou de não termos nenhuma religião - ainda teórica em muitos sítios, eu sei.

A "cultura da nação" não é una e não é estática, é cruzamento, influência, evolução, involução, o resultado de sementes que ficam de estados de alma conjunturais dos que por cá vive(ra)m.
No nosso caso, um país que foi colonizador não pode deixar de receber o "troco" de quinhentos anos de desvario pelo mundo, o "à volta cá te espero", a chegada à "metrópole" de muita gente que professa outras religiões e costumes que sobraram das que quisemos implantar por aí.
À "antiga portuguesa" convivemos sempre bem com toda a gente desde que "não saia do seu lugar" e que não nos lembre para os considerarmos, no mínimo como gente... quando a coisa se torna azeda, à falta de outro argumento, a "religião oficial" - assim a modos que a lembrar que beatamente muitos gostavam de ser como o Irão, mas piedosamente sem matar gente...

Seria melhor percebermos que a nossa liberdade não pode ser a opressão de outrem. E dar o exemplo. E depois exigir o vice-versa.

Vice-versa... não há aqui menosprezo pela religião muçulmana. Respeito os que nos países de "religião oficial” muçulmana pagam pelo sonho de ver o dia em que Deus não mande por interpostas pessoas no que a César diz respeito.
Em nome desse respeito, não tolero a "canga" que nos querem impor
alguns inimigos declarados da tolerância religiosa que se vai conseguindo manter no Ocidente.

O Estado Laico é a fronteira e a garantia de que a religião é convicção livre de cada um e não uma imposição do Estado ou de uma hierarquia religiosa.

Quando todas as religiões perceberem a utilidade da laicidade do Estado, e a preconizarem, o mundo será um local bem melhor.
Infelizmente, não acredito que as hierarquias religiosas alguma vez cheguem a essa conclusão. Ateu, acredito que não será a Inspiração Divina a impedi-los de lá chegarem.

27.10.09

Assim se compromete o futuro.

"Já só faltam 70 metros de túneis para que o rio Sabor seja desviado", é o título de uma notícia que aparece na rubrica "Ecosfera" do jornal "Público".
É uma notícia triste, o último rio selvagem da Europa vai ser "domesticado". Não em nome de uma necessidade incontornável de energia que justifique o fim do testemunho da natureza tal qual ela é, mas em nome do consumismo irracional alimentado por uma empresa privatizada que (por isso!) age mais de acordo com os interesses imediatos dos seus accionistas que pela sorte das futuras gerações.

Procurando algo na "rede" sobre o Rio Sabor, não foi difícil dar com a petição em sua defesa e verificar que o site da Plataforma em defesa do rio não funciona, vá-se lá saber por quê.
Todavia a busca não foi infrutífera. Com a devida vénia ao(s) seu(s) autor(es) ou autora(s), deixo aqui um texto que descobri aqui. Apesar de já ter alguns anos, está lá tudo, não tenho mais nada a acrescentar.

Bem... talvez isto: Aqui pelas zonas do Sado também tivemos um presidente de câmara, Mata Cáceres, do PS, que dizia que a Serra da Arrábida e o golfinhos do Sado não davam de comer a ninguém. A figura foi "c'os porcos" pelo voto popular, uma tomada de consciência tardia que não obstou que o imbecil deixasse "obra" de sobra ao longo de 16 anos, os suficientes para comprometer o futuro da Cidade de Setúbal.
O drama deste país não é só ser pobre, é a sua população deixar que os pobres de espírito mandem na pouca riqueza que sobra.


Enfim, o texto prometido. Abro aspas:

"Por estes dias o governo português prepara-se para tomar a decisão de avançar ou não com a construção da barragem do Baixo Sabor.

Apesar de todos os pareceres negativos do ICN e dos especialistas, este projecto continua em cima da mesa do governo em Lisboa. E este projecto só é ainda uma possibilidade porque Portugal é um país cujos governantes ainda insistem na falsa-possibilidade de se desenvolverem à custa da destruição e manipulação do que mais importante têm a par dos seus habitantes: o seu território.

Enquanto isto acontece em Portugal, outros países, como a França e os EUA, iniciam hoje processos de desmantelamento de projectos hidroeléctricos. As barragens, está á vista de todos os que delas tanto esperaram, provocam alteraçoes de tal modo profundas e negativas que numa perspectiva de longo prazo, que é a perspectiva que deve orientar a governação de um país, raramente são justificadas.

É este o caso concreto do Baixo Sabor. Estamos em presença de uma paisagem única no mundo e em Portugal. Existiu em mais locais da bacia hidrográfica do Douro, mas as barragens até agora construídas determinaram o seu fim.

É pois um dos últimos rios cujo curso corre tal qual a Natureza o decidiu. Não tem barragens. Nem foi desviado. A Natureza, juntamente com a acção humana permitem-nos desfrutar hoje, início do séc. XXI, de um ecossistema mediterrânico, onde existe espécies de fauna e flora únicos. e onde o Homem extrai, entre outros produtos, azeite e cortiça de altíssima qualidade.

Se mais razões não houvessem para deixar o Sabor Livre de Barragens bastaria esta:

O Vale do Sabor é uma Arca de Noé a custo Zero. Isto é, um arquivo vivo que vai permitir aos nossos descendentes repovoar os vales dos rios intervencionados com as espécies originais, quando daqui a 50 ou 60 anos tiverem de desactivar as barragens construídas no passado.

Sim. uma barragem destrói irremediável e irreversivelmente o que foi desenvolvido durante dezenas de milhares de anos e dura apenas 50 a 60 anos.

As populações desta zona de Trás os Montes (concelhos de Alfandega da Fé, Torre de Moncorvo , Mogadouro e Macedo de Cavaleiros) estão favor da construção desta barragem. É compreensível. Trata-se de uma região e de uma população que foram - podemos dizê-lo- literalmente abandonadas pelo poder central à sua sorte.

Mas podermos também dizer-lhes que contrariamente ao que lhes é dito pelosa seus presidentes de câmara, esta barragem só lhes vai levar algum desenvolvimento durante os anos em que estiver a ser construída. Será um desenvolvimento reduzido e de que só alguns aproveitarão. Como em Moura, no Alentejo, durante a construção do Alqueva, os trabalhadores virão da Europa de Leste e do Norte de África. As empresas levarão a sua logística e no máximo comprarão localmente umas refeições e umas dormidas.

Nenhum turista irá ao Sabor ver o espelho de água da albufeira. Esta será igual ás tantas outras 200 albufeiras já existentes em Portugal. Visitem a paisagem triste e lunar de Vilarinho das Furnas e convençam-se que o Sabor, como está, atrairá no futuro muitos, mas muitos mais turistas.

O Sabor irá produzir apenas 0,5% das energia eléctrica actualmente consumida em Portugal. Não é nada. Não tem expressão alguma. E se queremos cumprir as metas do protocolo de Quioto, como o governo advoga, existem outras alternativas bem mais viáveis. Em França, um pais europeu que serve tantas vezes de exemplo quando nos queremos comparar com o que se faz lá fora, o governo juntamente com os media e a sociedade em geral estão envolvidos num programa de poupança e redução do consumo de energia. É essa é a via a seguir. Não a construção de mais barragens.

Que se exija antes que as autoridades criem as condições para explorar o enorme potencial que existe nos Vales do Rio Sabor. na sua Natureza e nos produtos que nela são produzidos. E que continuemos a desfrutar do privilégio de o ter no nosso património. Todas as outras espécies irão agradecer e, sobretudo, os humanos que à frente se seguirem irão apreciar a decisão de lhes de deixarmos este legado."

14.10.09

Texto de um comentário a um post do "Arrastão".
Foi escrito sem o "aquecimento" devido, mas deixo-o aqui porque inclui algumas coisas que penso das eleições e do Bloco de Esquerda.


Olhar para o resultado das eleições autárquicas centrando-se em Lisboa e no Porto é mau começo.
Comecemos por acabar com a soberba de confundir eleições e eleitorados e sobretudo de esquecer que as eleições locais se baseiam em grande medida no conhecimento que as pessoas têm do trabalho do entretanto. Tenhamos a modéstia de perceber que o BE ainda tem muito casqueiro para comer neste capítulo…
Além disso, azar, as pessoas votam e “desvotam” de acordo com apelos que, felizmente, os partidos não controlam – sim, há apelos que influenciam os eleitores e não são por estes controlados, mas esse é outro debate. Aliás, o sucesso do BE é em grande parte resultado dessa “desobediência”.
A construção do bloco não se fará à conta da bênção dos oráculos da comunicação social ou da cedência à moda mediática, mas de uma agenda própria e do “capital” mais importante que um político pode acumular: respeitabilidade e coerência na intervenção perante os problemas mais “pequenos” e mais próximos – os tais que enchem barriga aos “Nós por Cá” e quejandos e alimentam a caricatura que o povo faz de si próprio: tens problemas, não te mobilizes e aos teus vizinhos, telefona para a tevê.

O que se passou em Lisboa com Sá Fernandes foi um mau sinal. Penso, ao contrário do Daniel, por se ter avançado com ele. Em relação ao retirar de confiança, que mais havia a fazer quando o “nosso” vereador aparece a defender os interesses contra os quais foi eleito?
Sim, nas eleições lisboetas o Bloco teve de recomeçar quase do zero. Não veio mal nenhum ao mundo por isso, apesar do episódio Sá Fernandes ter sido utilizado com o exemplo da “falta de capacidade do Bloco assumir poder”, blá, blá, blá…
O que daria um péssimo sinal seria o ter-se insistido na tecla, “engolir o sapo” e ir em frente pela “unidade da Esquerda”, com esta esquerda que costuma abrir as comportas para a maré-cheia da Direita. É preferível fazer a travessia do deserto que ser camelo.

Os princípios custam votos e popularidade mediática, deixa-se de ser “engraçadinho” quando se é intransigente nessa matéria, perde-se “cosmopolitismo”, é-se “ortodoxo” e outros lugares-comuns que os comentadores encartados gostam de atirar dos ecrãs das tevês. Mas não é para estes que fazemos política, é para os que involuntariamente ou não lhes pagam o tempo de antena.

Não há atalhos, mediáticos ou quaisquer outros que substituam a organização, a aprendizagem e a inserção dos activistas na luta quotidiana das pessoas.
Nada substituirá a continuidade do trabalho desinteressado e voluntário da muita gente que se juntou à volta do Bloco. Por um partido que não tem empregos para oferecer, apenas trabalho e “dar a cara” por ideias. Não há outra forma de “competir”.

Fui candidato, não-inscrito no bloco, por Setúbal.
A sorte dos votos não lhes sorriu de acordo com as expectativas, mas ganharam o meu respeito e, que temam, o meu desejo de os acompanhar. Dois deputados municipais e mais uns tantos nas freguesias, já vi piores desertos.
“Solidarité Mes Frères!”

Cumps.

12.10.09

Algo sobre Setúbal

O Bloco de Esquerda fica aquém do objectivo de eleger um vereador em Setúbal e elege pela primeira vez um vereador (no caso, uma vereadora) em Almada.

Ainda no Distrito de Setúbal, estreia-se com um vereador no Seixal e confirma na Moita onde foi reeleito o vereador local.

Resultados (nacionais) comparados com 2005:

Votos: 2005=159.254 (2,95%); 2009=167.063 (3,02).

Câmaras Municipais: 2005=1; 2009=1 (com maioria).

Vereadores: 2005=7; 2009=9.

Assembleias Municipais: 2005= 212.669 votos (3,95%), 114 deputados municipais; 2009=230.737 votos (4,17%), 139 deputados municipais.

Freguesias: 2005=146.898 votos (2,73%), 229 eleitos; 2009=163.252 votos (2,96%), 235 eleitos.

A par do PS (35,84%, 37,66%), e do PP (3,07%, 3,09%), o Bloco subiu (2,95%, 3,02%), concorreu em mais sítios do que há quatro anos - o que revela o alargar da área geográfica da sua implantação.

Todavia, esta subida fica aquém do que esperariam: a perda do vereador de Lisboa (que, aliás, foi por pouco tempo "do Bloco") e o gorar da tentativa no Porto, puxam para baixo a apreciação.

Por outro lado, tratando-se de um partido com apenas duas eleições autárquicas e no início da sua implantação local, não se podem considerar de todo estes resultados como negativos.

Lamento, mas acho que ontem não foi a véspera do “desaparecimento Bloco”. Aguentem-se "à bronca" os profetas da desgraça.

Aliás, a vida não é feita só de eleições. Isso seria ser pouco exigente quando é tempo de o ser com mais convicção.

6.10.09

Só falta uma semana, continuem a mandar postais!

Da caixa de comentários do "Público", a propósito da notícia relevante acerca do gosto por touradas por parte da presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, candidata do Bloco de Esquerda.

"Só falta uma semana para as eleições, têm que arranjar algo melhor. Aprendei com o "colega" que a SIC arranjou para perseguir a campanha do BE... reparai na maledicência e na adjectivação fácil - Pá: ser-se raivoso não é nenhum estádio supremo da mordacidade!
A propósito de SIC, também esta fez uma boa peça tauromáquica sobre o BE: "Rodeo em Salvaterra de Magos"... muita conversa depois, afinal tinha sido a Santa Casa a organizar e nos terrenos dela. E, pois, a presidente de câmara, como quase todos os ribatejanos que conheço, gosta de touradas, ganda novidade!
Para os "peões de brega" que "descobriram" a coisa, uma boa razão para não se ser do Bloco. A chatice: parece que a malta de lá, mais tourada menos tourada da comunicação social, gosta da Ana Cristina.
Ainda não se lembraram de "denunciar" que o BE defende a autonomia completa entre a Igreja e o Estado... podiam fazer uma cena de "vox populi" a tentar descobrir católicos que votaram "enganados" no BE.
Enfim... A corrupção que medra por aí, tirar terrenos da reserva agrícola para construção, os PIN, nada disso vos interessa, caros info-entretidores. Não me consta que preocupações tão "fracturantes" (faltou usar este estereótipo na notícia) vos tenham feito gastar muita tinta de jornal ultimamente, nem sequer para tirar do anonimato os defensores dos direitos dos animais na recente "época de touros". Mas agora, sim, claro, para "denunciar" uma presidente de câmara, independente, numa autarquia Ribatejana... que gosta de tourada e é candidata pelo BE. Para falar daquilo que toda a gente sabe, especialmente quem interessa: os eleitores de Salvaterra de Magos.
Lembro-me, a este propósito, que nos anos anteriores foram mais imaginativos com a senhora. Lembram-se das acusações torpes que reproduziram e que depois não desmentiram?
Pois, ficou no ar... como a poeira.
Vão à lavandaria do Louçã e descubram se muda de cuecas regularmente, falem com o seu merceeiro para ver se o deputado não o trai com uma promoção do Continente, façam algo para a gente se entreter com.
E esqueçam, outra vez, as histórias de submarinos e de sobreiros.
Ah! Sou contra, acerrimamente contra as touradas, as da arena tauromáquica e da comunicação social.
Gandhi dizia qualquer coisa como que o grau de civilização de um povo se mede pela forma como trata os animais."

A mim começa-me é a faltar a paciência com algumas cavalgaduras...

2.10.09

Publicada sondagem sobre as autárquicas de Setúbal.

O "Expresso" tornou pública uma sondagem sobre as municipais em Setúbal.
Se se cumprirem os números avançados pelo semanário, a candidata da CDU, Dores Meira, legitimará através do voto a cadeira que ocupa.
Atrás da até agora presidente do PCP ficará a candidata do PS, Teresa Almeida, que não conseguiu demarcar-se da herança trágica para a cidade deixada pelo antigo presidente ligado ao seu partido, Mata Cáceres. Aliás, durante toda a campanha a candidata do PS não fez esforço nenhum no sentido de recusar o património de 16 anos de "fartar vilanagem" de betão, o que se por um lado revela fidelidade da antiga vereadora do Urbanismo ao seu antigo presidente, visto noutro prisma é assustador e de muito mau presságio para a Cidade caso seja eleita presidente. Felizmente, neste caso, parece que os setubalenses ainda não esqueceram.
O último lugar do "pódio" é onde a sondagem coloca Jorge Santana, o candidato independente do PSD, ou independente candidato do PSD, enfim... um erro de casting num partido que assinou a continuação da destruição da Arrábida pela Secil e que não tem tradição de defender algumas das ideias que o candidato avançou.
Ainda de acordo com esta sondagem, o Bloco de Esquerda aumentará a votação em relação às locais anteriores e o seu candidato, Albérico Afonso, estará próximo de ser eleito vereador.
Se assim for, o Bloco cumprirá o objectivo a que se autopropôs no início da campanha: eleger um vereador. Se o fizer, o partido tornar-se-á a surpresa das locais setubalenses, já que nas últimas eleições, apesar da subida eleitoral em termos autárquicos, a representação do Bloco se quedou por dois deputados municipais e por alguns eleitos em várias assembleias de freguesia.

Como podem ver ao lado, este blogue não é imparcial. Assim sendo: se os setubalenses quiserem, na próxima vereação ouvir-se-á uma voz diferente das que têm ecoado nas centenárias paredes da Praça do Bocage. As sondagens não valem nada perante a vontade popular.

"Cá pelo rego..."


(clicar para ver textos)


1.10.09

Setúbal não é um deserto mas ainda não perdemos a esperança: camelos não faltam.

De rajada, três artigos no "Diário de Notícias" que falam de Setúbal. Como sempre, de Setúbal no seu melhor: o empreendedorismo imobiliário.

I. Sobre a investigação acerca da morte de uns sobreiros decidida por um ministro do "ambiente", coadjuvado por um ministro da "agricultura". Não acredita? Leia.

Caso que envolve Sócrates foi arquivado e reaberto

Em 2001, um despacho de José Sócrates, como ministro do Ambiente, e de Capulas Santos, da Agricultura, permitiu o abate de sobreiros para uma urbanização. O caso está em investigação há seis anos sem resultados objectivos, mas com muitas peripécias pelo meio. Já foi arquivado, mas o director do DIAP de Évora mandou reabri-lo em 2008

Parado, dividido, arquivado e reaberto. Esta é, em síntese, a história da investigação ao chamado caso Vale da Rosa ou Nova Setúbal, que envolve um despacho de José Sócrates que permitiu em 2001 o abate de sobreiros para a construção de uma urbanização em Setúbal. Iniciada em 2003 no Ministério Público daquela cidade, a investigação esteve, durante um ano, a correr em dois departamentos da Polícia Judiciária. Só ao fim daquele tempo é que um procurador se apercebeu de que havia dois inquéritos sobre o mesmo assunto, um titulado por si, o outro pela colega do lado.

As peripécias da investigação do caso Vale da Rosa (ver pergunta e resposta) estão à vista nos, apenas, quatro volumes que o processo (consultado pelo DN esta semana no DIAP de Évora) acumulou em seis anos. Após a entrada da denúncia inicial, em Março de 2003, um procurador do MP de Setúbal remeteu-a para a ex- Direcção Central de Investigação da Corrupção e da Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF) da PJ situada em Lisboa. Ao mesmo tempo, o Departamento da PJ de Setúbal também tinha uma investigação em curso sobre o mesmo assunto. E assim ficou.

Só em Janeiro de 2004, é que o procurador que enviou a investigação para Lisboa se apercebeu que, afinal, havia outra: "Só agora me foi dado a conhecer que relativamente aos factos ilícitos participados corre já termos o (processo) 422/03.5, cuja investigação está a ser levada a cabo pelo Departamento de Investigação Criminal de Setúbal". Resultado: o magistrado enviou um ofício para a DCICCEF, ordenando a remessa desta investigação para Setúbal, a fim de ser incorporada na outra.

Este pára-arranca levou a que só a 2 de Novembro de 2004 é que Francisco Ferreira, então presidente da associação ambientalista Quercus que também denunciou publicamente o assunto, fosse ouvido como testemunha para concretizar alguns dos factos denunciados. Ainda durante este mês, o procurador-distrital de Évora decide retirar o caso do MP de Setúbal e transferi-lo para o Departamento de Investigação e Acção Penal de Évora (DIAP). Isto após o director deste departamento, Alcides Rodrigues, ter feito um parecer, considerando ter sido "um erro" retirar "a investigação da área da DCICCEF, naturalmente mais vocacionada para a análise destas matérias".

Até Agosto de 2008, a investigação prosseguiu aos solavancos, com pequenas descobertas a nível local, como transferências de dinheiro feitas por Emídio Catum, um dos sócios da empresa Pluripar que estava no centro do negócio, para Mata-Cáceres, antigo presidente da Câmara de Setúbal (ver texto nesta página). De fora ficou qualquer diligência para se apurar se houve, por exemplo, tráfico de influências, para o despacho de Outubro de 2001 de José Sócrates e Capoulas Santos que permitiu o abate de sobreiros. Um procurador do DIAP de Évora decidiu arquivar o caso. Mas o director do DIAP não concordou com a decisão, ordenando a sua reabertura, dizendo que "a investigação não realizou todas as diligências que se impunham para confirmar ou dissipar as suspeitas". O caso mantém-se em aberto.


II. Sobre o Vale da Rosa. Ou devia ser "Vale dos Rosas"? Por que não, para ser democrático, dos laranjas? E como esquecer o contributo inestimável dos encarnados? a versão governamental, na oposição eram contra...

P&R

O que é o caso Vale da Rosa ou Nova Setúbal?

Trata-se de um processo judicial que investiga um negócio feito entre o Vitória de Setúbal (VFC), a câmara e a Pluripar, uma empresa do ramo da construção civil. O negócio passa pela construção de um novo estádio para o VFC no Vale da Rosa, juntamente com uma urbanização, ficando a Pluripar com o direito de exploração de superfície por 90 anos do local onde se encontra o actual estádio.

Qual o papel de José Sócrates?

À data dos factos, era o ministro do Ambiente. Como no Vale da Rosa existia um montado, foi preciso uma declaração de imprescindível utilidade pública - emitida por Sócrates e Capoulas Santos, como ministro da Agricultura - para o projecto avançar e se proceder ao abate de sobreiros.

O que vai acontecer à investigação?

Apesar de ter sido reaberta, muito provavelmente será arquivada. Os factos remontam a 2001. Passados estes anos, há o risco de eventuais crimes estarem prescritos, sendo que a recolha de prova é, nesta altura, muito difícil ou impossível.


III. Não acredito... só pode ser mentira.

Transferências suspeitas para Mata Cáceres

por C.R.L.

Emídio Catum, um dos sócios da Pluripar, empresa que está no centro do negócio do Vale da Rosa, emprestou directamente dinheiro e avalizou junto de dois bancos empréstimos pessoais de Mata Cáceres, antigo presidente da Câmara de Setúbal eleito pelo PS, que impulsionou o projecto que ainda se encontra em investigação. Mata Cáceres só em Julho deste ano é que foi constituído arguido.

De acordo com elementos recolhidos pela investigação, que o DN consultou, há registos de uma transferência de 75 mil euros de uma conta de Emídio Catum para Mata Cáceres. Assim como o empresário está como avalista em dois empréstimos contraídos pelo ex-autarca, um de 225 mil euros no BPN, outro de 200 mil no BES. Quando foi questionado na qualidade de testemunha, Mata Cáceres afirmou que tais operações bancárias foram realizadas tendo em conta a "degradação" do seu património, salientando que as mesmas ocorreram após ter saído da autarquia. Quanto a garantias dadas a Emídio Catum, o ex-autarca disse que apenas lhe deu a sua "palavra", acrescentando que do empréstimo de 75 mil euros já tinha pago 35 mil.

Esta explicação convenceu um procurador do DIAP de Évora, que arquivou o caso, mas não teve o mesmo efeito no director do departamento, Alcides Rodrigues, que ordenou a sua reabertura. Dizendo que era preciso apurar quais "as verdadeiras motivações" que estiveram na base de tais operações. "A experiência moral da vida ensina-nos que ninguém empresta dinheiro sem ter em vista retirar daí uma vantagem sem assegurar garantias."

"O comportamento solidário e altruísta que o ex-presidente da Câmara quis fazer ter existido só acontece em situações excepcionais, baseadas em relações profundas, sustentadas por fortes laços familiares ou afectivos", escreveu o director do DIAP.

25.9.09

A nacionalização do BPN, essa foi "boa", porque somos nós a pagar.

Antes de se dizer que o Bloco "quer nacionalizar" tudo, leia-se o que se diz no programa, para não se estar a papaguear o que os comentadores da SIC e quejandos querem que fique no ar. Há que ser curioso. Em lado nenhum do prog. do Bloco é proposto a nacionalização da banca e dos seguros, mas sim que seja o sector público, através da C.G.D., a intervir no mercado, para obstar à especulação. Os "comentadores", "esticam" o texto de acordo com a sua conveniência (e dos seus patrões), mas não disfarçam o medo de que em Portugal, tal como nos países desenvolvidos do norte-europeu, comece a haver REGRAS. O que os deixa histéricos é que isso é possível. Calaram-se com a nacionalização do BPN, essa foi "boa", porque somos nós a pagar.

Eis o que está no Programa do bloco:

"A banca, os seguros e todo o sector financeiro são decisivos para a actividade económica, para o crédito e para a vida das pessoas e por isso devem ser públicos ou estar SOB O CONTROLO DE POLÍTICAS PÚBLICAS. Mas o Bloco rejeita que os contribuintes e o Estado financiem os prejuízos da especulação e do crime económico, e por isso se opôs à política do Governo Sócrates para o BPN e para o BPP.
Para responder de imediato à crise actual com medidas concretas sem deixar qualquer margem para justificações da inacção, o Bloco defende a recapitalização da CGD [...], de modo a financiar a extensão da sua actividade no seguinte sentido: - A CGD deve cobrar juros não especulativos que, protegendo a sua actividade, SEJAM INDUTORES DE UMA CONCORRÊNCIA QUE PENALIZE OS JUROS ALTOS, tornando-se possível transferir qualquer contrato de crédito sem custos entre bancos;
- A redução do custo do crédito para as pessoas e o apoio ao sector produtivo e às iniciativas da economia social permite ao sistema bancário público dirigir a política de crédito no país;
- Compete ao sistema bancário público apoiar o crédito bonificado para desempregados e outras situações socialmente justificáveis.

[...] A transferência de planos de poupança privados para os fundos de gestão pública deve ser isenta de qualquer tipo de comissão, reduzindo-se a mobilização de poupanças para fundos especulativos;
Ao REGULADOR PÚBLICO compete garantir a informação fidedigna sobre as condições do sistema bancário, como compete estabelecer tectos máximos para os juros praticados nos diferentes tipos de crédito, para evitar os abusos."
Como se pode verificar, é altamente "radical" para os interesses instalados que nos levam parte do salário para a especulação. Claro que voto Bloco. Sem medo!

(baseado no texto de um comentário inserido no jornal "Público")

Dúvidas? Leia! (abre o Programa do Bloco de Esquerda em formato PDF)

24.9.09

Maioria absoluta? Vão-se lixar!

Vamos eleger deputados no próximo domingo.
É a quantidade de deputados de cada área política no parlamento que decide das leis que nos regem, porque estamos (eu sei que parece que não) numa "democracia parlamentar".
Se o PS não tivesse maioria absoluta não tinha passado o Código Laboral, a alteração da leis penalizadoras dos reformados e a mercantilização do Ensino e da Saúde, tinham-se defendido as zonas naturais contra os projectos especulativos (como Tróia!) e o funcionamento decente das Empresas Públicas contra quem as mal-dirige para os entregar aos "amigos".
O PS cedeu a toda a linha, vendeu o seu programa aos especuladores, foi forte contra os fracos e baixou a bola ante os poderosos. E, cereja em cima do bolo: apresenta José António Vieira da Silva, ministro do "trabalho" (do trabalho temporário, leia-se) como candidato num distrito onde há mais precariedade.
Mas Setúbal não esquece e, sem medo das chantagens do voto (in)útil, esta terra de José Afonso dirá de sua justiça. Já temos dois deputados do Bloco, teremos mais.
Isto pode ser "um deserto" mas não somos camelos!
É o número de deputados que conta, "manos"!
(texto de um comentário inserido no jornal "Público)

23.9.09

Nã me venhem com essa merrda de estórria de marrgem sul, que nós têmes o nosse prróprrio rio e nã prrecizames do rio de ninguéin parra nos lecalizarrm

Texto delicioso que anda pelos "mails" do pessoal de Setúbal. Tão difundido que já perdeu o autor... Partilho-o.

"Nã me venhem com essa merrda de estórria de marrgem sul, que nós têmes o nosse prróprrio rio e nã prrecizames do rio de ninguéin parra nos lecalizarrmes!



Este póste éi acêrrca do dialéte da nha terrã.


Labútes têm o dialéte más benite de tôde o Perrtegal e arredorres. Têmes uma data de bairres em que sa fálã dialétes diferrentes.



O nosse clube é o VITÓRRIA, que na é grrande, é enorrme! Ma depos o rai dos jegadorres ficãn todes à babuje e na há mei de marrcárrem gôles. O pove vai tôde verr os jogues e há uma clác que grrita "VAMES EMBORRA VITÓRRIA!", mas norrmalmente depois só batem do bombe trrês vezes. Se a mei dum jogue porr acaze óvérr perrada, o prrimeirro a levarr é o arróles. Fica logo arrepêze de terr aberrte a bocã! - AúA! Apá Sóce!



Em miúdes arranjãn-se amigues nas turrmas do cicle, a quemerr rabeçadinhes e rájás , a jegarr ó begalhe - (MARRALHAS!!) - e ó piã; a brrincárr co bichaninhas e bufas de lobe do Carrnaval. Com dezasseis anes arranjam uma bessiclete a motorr paírr pó liceu. Mais tarrde o pessoal quenhéce-se nos balhes das escolas e já na se deslarrga. As gajinhas começem a temárr a pírrela. Já depois dos trrinta, tudo com grrande cafetêrras e já cáse sen saguentarr denpé, a atrravesárr o Abusrrde e a verr as vistas, como se tivesse a andarr de ferribote, pa trrás e pá frrente, tipo fega, de volta das solteirronas à caça de bêbades. (ajuntãn-se a sorrte grrande e a terrminação)



Lá em Labutes têmes inemigues merrtais: os cagalêtes de Sesimbra e os carraméles de Palmela. São aqueles que dizem a todágente que mórram em Labútes, cando a verrdade é ca são dos arrebáldes. Qando nos encontrrames faz semprre faíscã e há semprre alguém a atiçarr pándarr à mócáda - enhagórra!



Todá gente que lá vai pensa que só se come chôque frrite, carrapaus e sarrdinha. Sabem o que é uma esquilhã? um chárre do álte? umas irrózes? uns encharrôques? uns alcorrázes? Têm éi quirr àalóta!



Apanha-se a caminéte dos Béles, cà noite tá chei de gajinhas enquelhidas de frrio áborrdarr os carres. Os carres parrem e fiquem ali a empacharr, a discutirr quantes marréis são, porrque são fómícas. O pessoal tem mede de se espatarr, mas nunca desólhã e conduz com cuidade.



A nha terra é a má linda e não há em lade nenhum um ri azul igual ó meu! (e na me venhem com essa merrda de estórria de marrgem sul, que nós têmes o nosse prróprrio rio e nã prrecizames do rio de ninguéin parra nos lecalizarrmes!)
"

22.9.09

Não há pachorra.

Texto de um comentário inserido no Arrastão. Ao sabor do teclado e do mau génio:

Depois de ler os jornais de “deferência”, estou cada vez mais preocupado. Preocupado com o “imposto sobre as grandes fortunas” que levou à fuga os “empreendedores” espanhóis e lançou a economia dos “nuestros hermanos” no abismo. Preocupado com “demagogia igualitária” de “um ensino sem propinas”, como faz esse país do terceiro-mundo, a Alemanha. Preocupado com a ideia absurda da instauração de um Serviço Nacional de Saúde pago com os impostos de todos, tal como acontece nos atrasados Canadá e países norte-europeus…

E ainda mais preocupado, depois de ouvir quase todos os comentaristas das tevês a alertar contra as hordas vermelhas que se seguirão ao aumento de deputados do Bloco de Esquerda. Até o meu vizinho Efigénio, admirador do Paulinho das Feiras e taxista em “part time”, já me disse que está um cruzador de nome “Aurora” escondido nos sapais do Tejo.
À cautela, já escondi a minha escova de dentes antes que a nacionalizem e já estou a descontar o meu ordenado para uma conta Oh-se-chove.

Ah, estive a ler isto algures antes de vir para aqui:

“Cinco administradores executivos [da REN] receberam 1,34 milhões de euros só em prémios de gestão. A REN – Redes Energéticas Nacionais pagou ao todo, em 2008, 1,41 milhões de euros em prémios, incluindo gestores de outras firmas participadas pela REN. Cada um dos cinco administradores ganhou no ano passado 596 mil euros por ano. José Penedos, presidente da REN, diz contudo que “a REN é uma das empresas mais mal remuneradas” nas operações da bolsa.”

Não acredito, é “propaganda vermelha” de quem se aproveita da crise, só pode ser. Inveja do sucesso dos outros!
Eu acredito piamente (uma maravilha os computadores portáteis!) que se deixarmos estes gestores governarem o país a seu belo prazer atingiremos o objectivo que todos os ventríloquos das tevês e os seus bonecos no propõem aqui. Já vos disse que era antipatriota?

17.9.09

À conquista das Ruas da Cidade

O Bloco de Esquerda vai promover um passeio de bicicleta na baixa de Setúbal na próxima sexta-feira, dia 18 de Setembro. A concentração é às 17h30 na Praça do Bocage.
Uma óptima oportunidade para ganhar coragem, tirar a bicicleta da garagem ou do sótão, olear as correntes, afinar travões e pedalar pelo direito às ruas para todo(a)s.
Cuidado com os buracos em redor das tampas de esgoto, autênticas armadilhas para os ciclistas.
Quanto ao resto, o número de bicicletas na rua talvez intimide a falta de respeito dos tarados que não sinalizam a presença dos ciclistas quando os ultrapassam...

Atenção
Fui informado que, "a pedido de muitas famílias" que queriam que a actividade fosse feita ao fim-de-semana, o passeio foi adiado. Em princípio, para o dia 3 de Outubro, sábado, às 10h30. A data será oportunamente confirmada pelos ciclistas organizadores da iniciativa, disso daremos conta aqui.

Agenda

(clicar para ver imagem)

Exposição de Arte Contemporânea nos Claustros do IPS.
(no edifício-sede do IPS, junto ao túnel que liga o Quebedo à Avenida Luísa Todi)

14.9.09

E agora para uma coisa completamente diferente: "Kwoon"

Deu-me para aqui.
Lindíssimo vídeo da autoria de Yannick Puig baseado na música "I Lived On The Moon" do primeiro trabalho ("Tales & Dreams"
, 2006) da banda francesa "Kwoon".

Melhor videoclip no Aix Videoclip Festival 2008 (França)
Melhor videoclip no festival P.I.A.F.F (Itália)
Melhor videoclip no festival Art Futura (Barcelona, Catalunha)
Melhor videoclip no Webcuts Festival (Berlim, Alemanha), Dezembro de 2007.

O nome "Kwoon" tem origem no equivalente chinês da palavra japonesa "Dojo", a casa onde se praticam artes marciais. Deliciem-se com a animação e a música, ou vice-versa:


Sítio oficial: http://www.kwoon-music.com

Letra da música em inglês
Obrigado a Thomas 111143636 no YouTube
(Thanks to Thomas 111143636 on YouTube)

"I Lived On The Moon"

Dear little lad
Here's the story of my life
I lived on the moon (2x)
Grey flying snakes along
Mountains of destiny while
The three tailed moneys
Were drawing the stars
Light from the Sun and I
Hide myself on the dark side, alone
I've run so far
To find my way
Then I dream again... alone

Dear little boy, listen
To voices of your soul
It showed you the way of
Silence and peace
Follow your thought and fly
Choosing all the things that you desire
Giant waves, fireflies...
Your dream will be your only shell
Your secrets, your hiding place, my son
Don't let them try
To crush your brain.

Segundo o Prog Archives, este grupo "anda na linha" dos Sigur Rós (Islândia), Godspeed You! Black Emperor (Canadá), Mogwai (Escócia), Explosions In The Sky (Estados Unidos) e Mono (Japão) que se inscrevem num género denominado pelo mesmo site de Post Rock ou Math Rock.

Ah! Clicando em cima, no nome de cada banda, ter-se-á acesso à página respectiva no Prog Archives (em inglês) e, o melhor: terá a oportunidade de ouvir músicas de cada uma delas.
Quem é amigo, quem é?

5.9.09

Quem tramou a Manela?

O jornal "Público" afirma que "Ninguém quer assumir o fim do jornal de Moura Guedes";
O "Diário de Notícias" diz que terá sido o vídeo d' "A promoção [do programa] que pode ter afastado Moura Guedes";
O "Expresso" titula que "Marcelo Rebelo de Sousa culpa administração da TVI e Sócrates"...
Cavaco Silva alerta de Belém, também, sobre a sua preocupação com a liberdade de informação. Era capaz de jurar que Cavaco quando foi primeiro-ministro tinha um ministro, Marques Mendes, que ficou conhecido por ligar para a redacção da RTP a propor o alinhamento do noticiário... mas enfim, está preocupado, isso é que conta.
O PS anda visivelmente incomodado com a história, já que o primeiro-ministro Sócrates falou do jornal da Manuela Guedes numa ocasião pública. Segundo Paulo Portas, esse facto, se não coloca o coloca no local do crime, pode indicar que Sócrates é mandante da coisa através de uns primos do PSOE que terá em Espanha...

No fim da estória chegar-se-á conclusão que os espanhóis donos da TVI chatearam-se de dar antena ao tele-lixo das sextas-feiras e limparam a casa. E à boa maneira castelhana, marimbaram-se para as consequências da coisa em Portugal.

Agora anda tudo "solidário" e pela "liberdade de informação". Farto-me de rir com o ar sério de alguma gente que tem abafado o panorama televisivo aparecendo em tudo o que é comentário, da política internacional às rubricas de culinária.
No meio da histeria "do quem tramou quem"até já estive para apagar este comentário que fiz aqui, em Abril passado, a propósito do noticiário que finalmente foi c'os porcos.
A televisão ficou mais limpa, apesar da mão ter sido a do patrão e não a do Código Deontológico dos Jornalistas. "Deus escreve direito por linhas tortas", dizem.

31.8.09

Vai começar em Setúbal o 25º Festroia

Deixá-los regressar, isso sim, seria desistir.

E-mail enviado por mão amiga:


«Mención especial merecen los carteles de Ferreira Leite que jalonan las carreteras portuguesas. "Não desista. Todos somos precisos", reza. Pero la desolada foto en blanco y negro de la candidata, sin maquillar, podría hacer pensar a los turistas que visitan el Algarve que se trata del mensaje de una asociación de apoyo a la tercera edad o de prevención del suicidio.»

Jordi Joan, jornal La Vanguardia


26.8.09

Não falta quem avise...

Chapa 4!


No Diário de Notícias de hoje. A mesma foto ilustra duas notícias completamente diferentes.
Falta explicar se a imagem diz respeito à "violência" na Quinta da Princesa ou à "violência" no Afeganistão.
Eu seria capaz de jurar que é uma foto de arquivo, da "violência" na Bela Vista.
Ainda bem que há sítios assim, tão "parecidos", para fazerem ganhar o dia estereotipado dos jornais - se quiser, dos jornais estereotipados.


24.8.09

Acerca do debate sobre Setúbal na "TVI 24"

Aproveitando o atalho colocado aí em baixo pelo "Zelig", pude ver finalmente o debate autárquico sobre Setúbal que passou na "TVI 24". Uma opinião escrita ao sabor do teclado.

O candidato do PP esgrimiu o mediático tema da insegurança e não conseguiu avançar com ideia nenhuma... sobre o combate à insegurança.
O tema, aliás, foi maltratado, no sentido em que a insegurança na parte histórica é potenciada pela falta de gente no centro da cidade - uma responsabilidade do PS (16 anos de governo camarário que ignorou por completo o centro a favor das novas construções) e do PCP (8 anos, e só no fim do mandato mexeu nas tarifas camarárias como forma de incentivar a recuperação das habitações). Penso que o candidato do BE colocou a questão no sítio certo.

Sobre o "crescimento" da cidade, a Nova Setúbal, fiquei a saber que a candidata Teresa Almeida tem o objectivo de chegar aos 200 mil cidadãos - se isto já é um caso sério com 100 mil...
Notei que esta candidata não avançou ideia nenhuma para a cidade. Aliás, nem se lembra que é ao partido dela que se podem assacar os principais problemas que afligem Setúbal - fico quase convencido que a senhora não é de cá, "veio ver a bola".
No caso de Tróia, desculpabilizou miseravelmente o seu correlegionário de Grândola ao mesmo tempo que atacava a candidata da CDU cuja culpa no assunto foi a de acreditar no Pai Natal...

O candidato do PSD elencou algumas ideias... do Bloco de Esquerda de há oito anos, exemplo: a utilização do Quartel do 11. Teve o condão de, a propósito de respostas a perguntas do jornalista, ter conseguido inserir no debate alguns temas antes dos demais.
O termo "barriga de aluguer" fê-lo responder ao candidato do Álbérico Afonso, do BE, para proclamar a sua "inocência" em relação ao PSD - o tal que prolongou o mandato da Secil na Arrábida. Foi esta capacidade de interferir que fez o partido que ele diz que não é o seu, mas sob cuja bandeira se apresenta, afirmar a vitória no debate.

Dores Meira esteve na defensiva, o que seria natural atendendo à sua posição de governante. Ficámos a saber que tem em carteira 40 milhões em obras para o concelho - não sei se me hei-de regozijar ou ficar preocupado.

O candidato do BE esteve bem... nas poucas intervenções que fez. A boa educação e o respeito pelas regras, e falar quando é solicitado, "não compensam" em televisão. De qualquer forma, para proveito do Bloco de Esquerda, demonstrou seriedade na forma como abordou os temas.

Gostei particularmente da acusação de Dores Meira (CDU) a Teresa de Almeida (PS) de que o Polis veio para Setúbal por troca com a co-incineração na Secil. É verdade. Como é verdade que um projecto que - apesar de ter nascido enviesado - podia ter melhorado muito a zona ribeirinha foi "co-incinerado" pelos dois partidos que incompetentemente têm governado a cidade.

Frases de campanha para Setúbal

Dores Meira (CDU),
a esperança perdida, neste caso traída.

Teresa Almeida (PS)
o criminoso regressa sempre ao local do crime.

Jorge Santana (o "In" dependente do PSD)
diz-me com quem andas...

O gajo do CDS, quem?
só por piada não? O Cristão mas pouco.

Debate entre Candidatos à Câmara Municipal de Setúbal‏

Para quem não viu o debate, já que a TVI 24
trocou o horário da transmissão.


aqui está o link:
http://www.videos.iol.pt/consola.php?projecto=27&pagina_actual=1&mul_id=13158775&tipo_conteudo=1&tipo=2&referer=1

Só mesmo o candidato do Bloco é decente,
o resto é mais do mesmo... já basta!

22.8.09

O mesmo de sempre.

Par de cartazes junto ao Jardim do Quebedo, Setúbal.
O cartaz da direita é da candidata do PS, Teresa Almeida,
ex-vereadora de Mata Cáceres (PS)
que (des)governou a Cidade de Setúbal durante 16 anos.
Foto tirada de um telemóvel durante um semáforo vermelho.
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Hoje joga o Vitória

"Cosendo os buracos da bandeira"
Foto obtida com um telemóvel. Cor tratada com software de edição de imagens.

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Começa hoje em Setúbal a "Festa do Teatro"


Dia 22 de Agosto, às 19h00, Sessão de Abertura no Salão Nobre da C.M.S. com “Moscatel acompanhado de Tiro ao Alvo”pelo Teatro Estúdio Fontenova.

Às 22 horas, nos Claustros do Convento de Jesus, “Uma Rampa par ti” pelo FIAR – Centro de Artes de Rua de Palmela



Do teatro, música, curtas-metragens, oficina de teatro, debates, espaço do conto, aos espectáculos de sala e de rua, formas artísticas emergentes e de natureza pluridisciplinar, a Festa continua a ser um interlocutor entre os artistas e a comunidade.

(…) Vendo o mundo além das aparências, vemos opressores e oprimidos em todas as sociedades, etnias, géneros, classes e castas, vemos o mundo injusto e cruel. Temos a obrigação de inventar outro mundo porque sabemos que outro mundo é possível. Mas cabe a nós construí-lo com nossas mãos entrando em cena, no palco e na vida.

Teatro não pode ser apenas um evento – é forma de vida! Actores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a Transforma! (…)

Augusto Boal

De 22 Agosto a 5 de Setembro, a Festa Faz-se!


PROGRAMA

AGOSTO
22> 19h> Salão Nobre> Sessão de Abertura – Teatro Estúdio Fontenova

22> 22h> Claustros do Convento de Jesus> Uma Rampa para ti – FiarCentro de Artes de Rua de Palmela

23> 22h> Auditório José Afonso> Humanum Fatum – PIA – Projectos de Intervenção Artística.
24> 22h> Escola Sebastião da Gama> Oro8oro – Teatro Estúdio Fontenova

26> 22h> Escola Sebastião da Gama> Le tour du monde en 80 voix – Khalid K, França

27> 22h> Clube Setubalense> Mostra de Curtas-metragens – Experimentáculo

28> 22h> Escola Sebastião da Gama> Cafundó – Onde o Vento Faz a Curva – CIA D’Artes do Brasil

28>22h > Cine Teatro - S. João/Palmela > Le tour du monde en 80 voix – Khalid K, (França)

29>19h |21h | 22h30> Praça do Bocage> Luto Clandestino – Teatro O bando

30> 22h> Clube Setubalense> Narrador, narra-me uma narrativa… – Teatro Estúdio Fontenova

31> 22h> Academia Problemática e Obscura (R. Deputado Henrique Cardoso) – Conversas de TeatroO Teatro como Poder – Fernando Dacosta

SETEMBRO
02> 22h> Parque do Bonfim> As Justiceiras – Teatro ao Largo

03> 22h> Escola Sebastião da Gama> Canção do Vale – Teatro dos Aloés

04> 22h> Escola Sebastião da Gama> Apresentação do Trabalho final da Oficina de teatro/ Educação para a Cidadania e Inclusão

05> 22h> Escola Sebastião da Gama> Apresentação do Trabalho final da Oficina de Teatro/ Educação para a Cidadania e Inclusão

05> 23h> Claustros do Convento de Jesus> Concerto com Baile Mandado –Bailebúrdia

Entrada livre

Mais informações em: www.teatrofontenova.blogspot.com

14.8.09

“Setúbal foi muito má madrasta para nós”

Notícia publicada em "O Setubalense"

Abrir aspas:

Clube de Aeromodelismo troca Setúbal por Palmela

O Clube de Aeromodelismo de Setúbal (CAS) está a mudar-se de “armas e bagagens” para Palmela, implicando a mudança de nome para Clube de Radiomodelismo de Palmela. Os dirigentes lamentam a “falta de apoios” na cidade, que dizem ter encontrado na vizinha vila.

“É com muita tristeza que decidimos sair da nossa cidade para Palmela, mas chegámos ao ponto de não ter outra solução; ou morríamos, ou continuávamos a trabalhar em prol da sociedade.” A revelação, num misto de desabafo e desilusão, é do presidente do Clube de Aeromodelismo de Setúbal (CAS).

A última sede social do CAS foi em Vale de Cobro, no local onde agora existe o posto de abastecimento de combustíveis. “Sabíamos que estávamos provisoriamente e, há cerca de um ano, o ‘Jumbo’ instalou ali as bombas. Ainda sugerimos montar um pré-fabricado na lateral das bombas, mas a Câmara não autorizou, e esse espaço não passa agora de lixeira,” refere Domingos Flores.

A Câmara disponibilizou instalações sociais no bairro da Bela Vista, mas nunca foi hipótese admitida. “Por vezes, funcionamos fora de horas de expediente, mobilizamos jovens, e sabe-se da falta de condições que a zona oferece, até pela experiência das entidades/instituições lá radicadas,” atira o dirigente.

Sem o mínimo de condições para a prática do aeromodelismo, o clube diz ter chegado a um “beco sem saída”, na continuação de actividade na terra onde nasceu, há 27 anos. “Sem sede e sem pista, não podemos continuar. A nossa missão é fazer voar os aparelhos, mas também temos um cariz social e didáctico, porquanto damos formação prática e teórica à miudagem que nos procura,” defende Domingos Flores.

“Esta direcção está desiludida depois de todo este trabalho. Elevámos o CAS a um lugar de destaque nacional, num universo de 80 clubes de aeromodelismo, dos quais recebemos reconhecimento. Só na nossa terra, é o que se tem visto…”, desabafou, ainda, Domingos Flores.

De resto, independentemente da futura sede naquele concelho, o ainda CAS está a ultimar a sua pista, de 200 metros de comprimento, cedido a título provisório, perto do Kartódromo Internacional (KIP), pelo seu proprietário, antigo praticante de aeromodelismo. Quanto à necessária reformulação, está em curso a criação de estatutos para o futuro clube.

Para além da pista na Sapec, nos primórdios do CAS, nunca mais esta colectividade teve um espaço para treinos e formação em Setúbal. Desde há muito que a alternativa é uma pista, em Poceirão, igualmente cedida graciosamente.

Fundado há 27 anos (em 1982), o CAS é o sócio n.º 4, filiado e fundador da Federação Portuguesa de Aeromodelismo. Os dirigentes garantem que, caso tivessem condições nesta cidade, trariam para cá uma prova de cariz internacional. “Provavelmente, é isso que vai acontecer em Palmela,” alvitrou o dirigente a «O Setubalense».

FILIAL Amanhã, sábado, o CAS vai participar no encontro comemorativo do 1.º aniversário da secção do CAS-Valongo, uma filial do clube setubalense. “Foi um sócio nosso que, fascinado por esta actividade, resolveu fundar um clube em Valongo, por nós apadrinhado,” explicou o líder directivo do CAS. “Por incrível que possa parecer, essa secção de Valongo tem todas as condições, inclusivé uma pista de razoáveis dimensões para a prática deste desporto”, lembra o dirigente, para quem não restam dúvidas: “Setúbal foi muito má madrasta para nós.”

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Artigo assinado por Teodoro João