31.3.09

De Como os Criminosos Regressam Sempre ao Local do Crime

Setúbal de marcha-atrás.
Teresa de Almeida, arquitecta, candidatou-se ao cargo de Presidente da Câmara. Não se trata de mais uma "pára-quedista" (um termo que refere aquele candidato "com nome" mediático que os partidos inventam para se candidatar por uma cidade, que podia ser outra qualquer, e que "ama a cidade desde pequenino") é a antiga vereadora do urbanismo de uma equipa que não deixou saudades: a de Mata Cáceres.
Para os mais esquecidos, a gestão de Mata Cáceres - presidente de câmara do PS que governou Setúbal durante 16 anos - deixou a cidade num ponto de não-retorno no tocante ao ordenamento, ambiente e urbanismo, para não falar das dívidas que hipotecam o futuro da cidade.
Depois da saída do Governo Civil de Setúbal, para onde havia sido nomeada após a vitória do PS nas legislativas, e de ter até há pouco integrado a gestão de António Costa do município de Lisboa, aí a temos de novo. A arquitecta que deixou tapar a vista do velho miradouro da cidade ao autorizar a construção do equivalente a mais um andar num prédio em reconstrução na Avenida Luisa Todi.

Uma ocasião para relembrar um artigo do cronista Miguel Sousa Tavares, que na altura fez correr muita tinta e foi muito falado na Cidade do Sado. Era o tempo em que o Vitória de Setúbal se preparava para descer de divisão e Mata Cáceres dava o ámen à instalação da co-incineração na Serra da Arrábida a um ministro do ambiente que nem queria ouvir falar noutras formas de tratar os resíduos industriais perigosos, um tal de José Sócrates... Do desportivo "A Bola", 8 de Maio de 2007:

"Em minha opinião, o Vitória de Setúbal é a pior equipa do campeonato e a sua descida aos infernos da Liga de Honra é absolutamente natural e justificada. Passa-se com o Vitória a mesma coisa que se passa com a própria Cidade de Setúbal. Há 20 anos atrás, Setúbal tinha todas as condições para se transformar numa cidade modelo, em termos de urbanismo e qualidade de vida: Dimensão adequada, Espaço para se desenvolver harmoniosamente, Possibilidade fácil de recuperar o centro histórico e ligá-lo ao rio, Condições naturais excepcionais, Com o estuário do Sado aos pés, O mar em frente, A montanha ao lado, Praias magníficas, Frente de rio única, Avenidas largas, Praças suficientes, enfim, tudo ou quase tudo. Mas vieram os Mata Cáceres e outros artistas do poder local e transformaram Setúbal numa coisa caótica e aberrante, com urbanizações dignas de subúrbio africano, esculturas pseudo-modernas horrendas, o triunfo do Pato-bravismo, do mau gosto, e da gestão sem planeamento nem ideias. Também o futebol do Vitória chegou a encantar Portugal e a surpreender a Europa. Mas depois, as forças vivas da cidade, ou seja, os mesmos artistas que destruíram a beleza de Setúbal, tomaram conta do clube e demonstraram que eram tão bons a dirigi-lo como a fazer a cidade. Hoje a cidade é uma dor de alma e o clube um cadáver adiado. Que ninguém fale em injustiça."

25.3.09

Manifestação contra a Violência Doméstica em Setúbal

"No dia 27 de Março, às 11h no Largo do Bocage em Setúbal, irá realizar-se uma Manifestação Contra a Violência Doméstica, que, como sabem, é um flagelo social que mata todos os anos dezenas de vítimas.

Esta manifestação é precedida, às 10h30, da inauguração de escultura, em materiais reciclados, de homenagem às mulheres assassinadas em resultado de violência doméstica. Esta exposição é uma iniciativa de um grupo de alunas da escola D. Manuel Martins.

Vimos convidá-las e convidá-los a aderir a esta iniciativa [...] e a estarem presentes na inauguração e na manifestação/concentração.

Trata-se de uma iniciativa do Projecto Bem Me Quero que tem como Parceria a Câmara Municipal de Setúbal, o Instituto da Segurança Social, a APAV, a Rede Europeia Anti Pobreza, a UMAR e a SEIES – Sociedade de Estudos e Intervenção em Engenharia Social (sendo esta última a Entidade Gestora e Executora do Projecto). A aderiu a iniciativa o Movimento dos Homens contra a Violência.
A iniciativa decorre do trabalho desenvolvido por uma turma de alunas do 12º Ano da Escola Secundária D. Manuel Martins, ao longo do ano de 2008."

O "Sono do Monstro" saúda a iniciativa destes jovens setubalenses
e convida todas e todos a participarem
.

24.3.09

Versão alternativa do anúncio da Antena 1

Anúncio da Antena 1 alternativo


Versão alternativa do anúncio da Antena 1 que criticava as manifestações por complicarem o trânsito. Nesta versão, o automobilista também fica a saber que já não vai chegar ao trabalho a horas... mas por outras razões.

retirado de esquerda.net

18.3.09

Sida, Papa, Morte

Num continente onde o número de mortos pela Sida é assustador e onde os periclitantes serviços de saúde travam uma luta desigual e sem meios contra esta doença, o Papa Bento XVI, de visita a África, reiterou a doutrina da Igreja: "O Preservativo não é Solução".
Tendo em atenção a importância de quem a produz, as palavras proferidas pelo chefe da igreja católica não representam mais que um forte e destrutivo abanão no esforço de todas as campanhas que procuram salvar vidas em África.
É uma condenação à morte.


Produzido pelo MSF - Médicos Sem Fronteiras

Produzido pela FDC - Fundação Para o Desenvolvimento da Comunidade
(Moçambique)

10.3.09

Mais um pouco ainda excomungam o presidente

Lead de um artigo do "Diário de Notícias":
"Brasil. Católico assumido, o Presidente da República insurge-se contra a pena de excomunhão decretada pelo arcebispo de Olinda e Recife contra a mãe da criança de nove anos que fez um aborto após ter sido violada pelo padrasto. Os médicos também foram alvo da pena. O Vaticano apoia o prelado." (ler o resto do artigo)

Um único comentário: Deus e a Justiça Divina não existem, é a sorte destes católicos.
(comentário automoderado)

6.3.09

Um militar também é gente.

O texto que se segue representa uma resposta a um post colocado pelo Pedro Sales no blogue "Arrastão", sobre uma reportagem do "Expresso" que relata a existência de maus tratos sobre os cadetes do Colégio Militar.
Para ser mais concreto, a intervenção que inseri e que aqui reproduzo teve menos a ver com a "entrada" proposta pelo Pedro Sales e mais com as respostas dos ódios de estimação fascistóides que se manifestam naquele blogue de gente de esquerda.


Há uns anos a imprensa noticiava que na Amadora um grupo de populares se revoltara contra a forma como vira serem tratados recrutas dos Comandos que faziam uma marcha forçada - ou algo do género, não me recordo dos pormenores. Lembro-me de que a unidade militar da tropa de elite aquartelada naquela cidade se sentiu incomodada e afirmou que as atitudes que os transeuntes haviam presenciado eram uma excepção e não a norma.
Recordo-me também de pensar na altura que as pessoas apenas se indignaram com a ponta desajeitadamente óbvia do icebergue, se vissem o que se passava no Campo Militar de Santa Margarida então é que iriam aos arames.

A recruta não se faz só de exercício físico intenso, de teoria e do conhecimento das armas, há um intenso treino para que os recrutas estejam treinados para agir sob forte pressão psicológica. É assim mesmo a aprendizagem militar, mexe-se com armas, “procura-se o inimigo”, treina-se para matar. E no meio do treino militar há situações em que os jovens cadetes ou recrutas estão sujeitos a situações que nunca pretenderiam enfrentar na vida, que desafiam tudo o que se entende por comodidade.
O espírito e o orgulho de pertencer a um corpo que o militar manifesta é a forma de ostentar perante os outros a vitória de ter conseguido ultrapassar a barreira da recruta, já que no início ele “não vale nada”, é um “infra”. Depois de ter direito ao crachá e à boina ele passa a ter valor, não tem nada a ver com o resto dos mortais, os seus irmãos são os de armas, esses é que lhe protegem as costas quando têm problemas. Por aqui se deduz da dificuldade em fazer-se qualquer tipo de investigação que tenha a ver com militares.
Não se trai os camaradas perante os outros, a humilhação, as sevícias o que for, fazem parte da construção de ser diferente dos outros, do “espírito de corpo”.
Não estou a dizer que isto é mau ou bom. É assim.

No meio destas razões a compreensão para a resistência em relação à integração de mulheres no meio militar e, no fim da escala, dos homossexuais - não sei se o RDM (Regulamento de Disciplina Militar) ainda tem aquele famoso artigo que expurgava os “homos”. “A tropa é para homens”. Como se história não estivesse cheia de episódios onde mulheres e homossexuais tenham demonstrado capacidades de serem mais sanguinários que os homens de barba rija.

Quanto ao “post”. Uma coisa é a dureza do treino psicológico e físico, outra coisa bem diferente é a redução das pessoas à condição mais ínfima. Os militares são pessoas, não são? Ai daqueles que aqui peroraram sobre a justeza das praxes se numa situação de guerra forem apanhados por soldados inimigos que não são pessoas mas autómatos que não medem a consequência do que fazem. A história bem recente da Europa mostra bem o poder dessa mistura de machismo, de recalcamento por humilhações passadas, de desejo de revanche social misturado com preconceitos étnicos.
A praxe não tem nada a ver com a formação de militares psicológica, técnica e fisicamente preparados. Reproduz a hierarquia assente na humilhação e na distinção social. “Eu faço-te isto a ti porque mo fizeram a mim”, é uma iniciação que pode parecer “inocente” mas que não reproduz mais que uma certa forma de ver o poder, não na base do Respeito mas do Medo.
Pretende-se preparar homens (aqui no sentido abrangente do termo) para morrerem não pelo amor à “pátria” mas pelo medo que a “pátria” lhes fará se não se dispuserem a saltar da trincheira. “É a ordem natural das coisas”… Uma ordem que sim e sem complexos: é fascizante.
E sim, estive em Santa Margarida.

5.3.09

E agora para uma coisa completamente diferente.

O álbum "Atom Heart Mother", o tal da vaquinha na capa, viu a luz em 1970. É porventura um dos álbuns mais marcantes da época que considero a mais interessante dos Pink Floyd.
Deambulando pelos blogues sobre o meu género musical preferido, descobri aqui uma interpretação espectacular levada a cabo por estudantes de música franceses.
Trata-se de um concerto no Conservatório de Paris (CNSMDP) organizado pelos estudantes de Engenharia de Som (FSMS) em Março de 2003. O filme foi realizado e montado por Raphaël Allain.
Se gosta de bom rock progressivo, delicie-se, basta clicar no link:

http://www.dailymotion.com/video/xrb6i_pink-floyd-atom-heart-mother_creation

Os trabalhadores que paguem a crise porque já estão habituados.

O título do "post" é comprido, mais longa é a história que o justifica.
Já lá vai o tempo do conhecido slogan da UDP "os ricos que paguem a crise", parecido com outro do PSR que ia pelo mesmo caminho " os capitalistas que paguem a crise". Duas palavras de ordem, um desejo comum. Debalde.
Não me lembro quem inaugurou a ideia de fazer os privilegiados pagarem a crise, também não interessa. O que importa é que a palavra de ordem ficou nos ouvidos, chegou a titular teatro revisteiro e até faz parte do lugar-comum dos cínicos que na TV comentam a desgraça alheia sentados sobre rendimentos que permitem passar pelas dificuldades dos outros com uma perna às costas e afirmarem para o lado esquerdo "tadinhos não sabem o que dizem".
"A Crise". No tempo da invenção da palavra de ordem justificou, "devido à rigidez da legislação laboral", a invenção dos contratos a prazo. Era Mário Soares o primeiro-ministro. O ancião do PS até podia ter boas intenções, daquelas que o Diabo ouve todos os dias, mas o que o então o contestado "bochechas" fez foi abrir a Caixa de Pandora: o mercado de trabalho nunca mais foi o mesmo, com prejuízo para os trabalhadores. Cortou-se a fita inaugural da precariedade. Ao contrário da promessa prevista pela revisão da legislação laboral então ocorrida, não aumentou o emprego nem a segurança dos postos de trabalho - "segurança", aquela redezinha que garante o apetite do banco.
A Crise até chegou a parecer que passou, já que a sua silhueta foi desfocada pelos milhões que vieram da CEE. Debaixo do tapete do cavaquismo os germes reproduziam-se: a precariedade do emprego aumentava debaixo da bandeira dos recibos verdes; os jornais noticiavam que os jovens alentejanos iam para a Europa porque as terras da Reforma Agrária viraram coutadas de caça, e ninguém ligava, nem aos jovens nem às terras; a malta da construção civil também rumava para fora à procura de salários mais altos que os acordados nos "contratos" entre os patos-bravos e os imigrantes que eram feitos entrar pela porta do cavalo para acabarem a Expo 98, a Ponte Vasco da Gama, as autoestradas e outras importantes "realizações portuguesas"...
Fazem muito jeito os imigrantes. Nos tempos de glória do "é fartar vilanagem" sobre as tetas da Europa deram muito dinheiro a ganhar aos "empreendedores" que compraram os planos directores municipais. E agora também, para serem culpados de tudo o que amedronta o país.
Estava a falar de Crise.
Ultrapassemos o queijo limiano e a fuga de Durão Barroso para a Europa. Parêntesis: que melhor exemplo para explicar às criancinhas que os países mais importantes do velho continente não querem uma Comunidade Europeia? Ai "Querem"? Então porque escolheram o mordomo de Bush e Blair para ficar à frente do projecto?
Insatisfeitos com a Crise, fartos da parelha Paulo Portas/Santana Lopes, os portugueses votaram "útil" e "pimba!" puseram o PS em maioria absoluta. Que iam "melhorar o Código do Trabalho do Bagão Félix", diziam eles. O resultado está à vista: um Código do Trabalho tão mau que até o Bagão parece de Esquerda e que parece ter sido encomendado pelas empresas de trabalho temporário... De facto, só estas "empresas", os negreiros do século XXI, e a UGT gostam do código... para ser justo, a UGT fez algumas "críticas", como aliás é seu timbre.
Onde é que ia? Ah, a Crise.
A Crise aí está outra vez, desta feita veio numa onda ainda maior e está a desfazer as casinhas que foram feitas à beira-mar do oceano da especulação.
A Crise...
Ontem, no "Público", lia-se que Silva Lopes, antigo governador do Banco de Portugal, fez aquele ar grave sem o qual não se pode ser administrador do Banco de Portugal para falar da situação grave que o país atravessa e recomendou o agravamento das condições salariais dos trabalhadores, isso mesmo: "o congelamento dos salários 'normais' e a redução dos salários mais elevados, duas medidas que considera fundamentais para enfrentar a actual crise". Claro que não se lembrou dos "Ricos" do velho slogan da UDP tampouco do preciosismo classista dos "Capitalistas" do PSR. A conversa dirigia-se aos assalariados, sobretudo à Classe Trabalhadora.
Os comentadores de economia, que defendem os sacrifícios apenas para a parte mais frágil e menos responsável pelo estado das coisas, fazem lembrar os agressores de mulheres que depois de as encherem de porrada ainda as tentam convencer que a culpa é delas - as mais ignorantes até acreditam. No caso, procuram convencer-nos, aos trabalhadores, de que a culpa da Crise é nossa. E há muitos, dos que não são despedidos, que até acreditam na patranha. É que esta coisa de "reduzir salários elevados" só é de levar a sério quando um governador do banco de todos nós anunciar que vai reduzir o seu para dar o exemplo.

Há uns anos, no meio da hecatombe que arrasou com a industria pesada setubalense, um modesto vendedor de fechos éclair apregoava a plenos pulmões o seu produto num mercado de bolsos vazios: "Não há falta de dinheiro, ele anda é mal distribuído!"
Do meio da praceta de um bairro social e anunciada por um semi-analfabeto a evidência que tem escapado aos olhos vesgos dos governadores do Banco de Portugal.

3.3.09

Deixar respirar para poder respirar.


"Metade do oxigénio que respiramos
vem dos nossos oceanos.
Mantenha os nossos oceanos vivos."
(texto que se pode ler no fim deste vídeo da organização ecologista internacional Greenpeace)

"Um dia, a Terra vai adoecer. Os pássaros cairão do céu, os mares vão escurecer e os peixes aparecerão mortos na correnteza dos rios. Quando esse dia chegar, os índios perderão o seu espírito. Mas vão recuperá-lo para ensinar ao homem branco a reverência pela sagrada terra. Aí, então, todas as raças vão se unir sob o símbolo do arco-íris para terminar com a destruição. Será o tempo dos Guerreiros do Arco-Íris."

Profecia feita há mais de 200 anos por "Olhos de Fogo", uma velha índia Cree.

Esta profecia embalou as longas noites dos fundadores do Greenpeace que navegavam para as Ilhas Aleutas, no Alasca, em 1971, na tentativa de impedir um teste nuclear dos Estados Unidos. Ela não só iria dar nome ao primeiro navio da organização, o Rainbow Warrior, como acabou por batizar os ativistas do Greenpeace - conhecidos em todo o mundo como "Os Guerreiros do Arco-Íris".

GreenPeace: Site Internacional, sites em português de Portugal e do Brasil

2.3.09

Gente de merda só pode fazer um país de merda.

O "Público" noticia a morte a tiro de caçadeira de uma águia-imperial, o único exemplar macho da espécie em Portugal, uma das últimas aves de rapina daquele tipo que já povoou vários locais do país e que está à beira da extinção. Notícia completa aqui.
Histórias de abatimento de aves de rapina por caçadores é coisa que abunda pelo país e que só de vez em quando têm eco nos jornais. Não são apenas os caçadores do "regime livre" que são acusados de encarar as aves de rapina como "concorrência", também nas reservas de caça associativa a coisa acontece - talvez para proteger os animais criados para o tiro ao alvo... Fiscalização? Só se for para rir. Os casos retratados nas páginas da imprensa são uma pequena percentagem do que se passa por aí no fartar vilanagem dos campos portugueses onde nem as reservas naturais escapam à predação.

Lembro-me agora que há dias o mesmo jornal dava conta de que o governo pretende alterar a lei do uso e porte de armas, naquilo que alguns comentadores consideram uma cedência ao "lobby" das armas. Mais um agachar do governo às forças mais tacanhas do país.

"Tacanhas" porque em pleno Século XXI, quando caçar já não é uma necessidade ligada à sobrevivência humana (falo do ocidente, obviamente), olhar a natureza na ponta de uma mira é algo absurdo. Principalmente quando há carradas de programas da televisão que alertam para o papel que cada espécie tem na sobrevivência das outras espécies e, ao fim e ao cabo, da Espécie Humana!
Perante a constatação do quanto estamos perto do ponto de não-retorno no que ao ambiente diz respeito, o "desporto" da caça é algo que me repugna. Só admito a caça por razões de controlo científico de espécies, porque o desequilíbrio criado na natureza pelo homem a isso obriga. Para salvaguardar a biodiversidade.
Tirando essse particular, considero esse "desporto" a negação de todos os valores positivos para com a natureza e uma exaltação do predador acéfalo que mata por prazer. Gostam de dar ao dedo inscrevam-se nos clubes de tiro aos pratos.
O drama disto tudo é que os governantes são os primeiros a dar o exemplo do desrespeito pelas leis de protecção que ajudaram a criar. Quando a Natureza deixa de ser uma riqueza gratuita e um benefício para todos e passa a ser um "obstáculo para o desenvolvimento", temos o caldo entornado. Nem a Natureza nem o Homem têm futuro num país (num mundo) assim.