26.7.06

Agendas...

Leiam isto e depois isto.
Depois digam que eu sonho com ladrões...

Marionetas

Este post foi escrito na noite do passado domingo. Só agora tive oportunidade de o colocar aqui - um tipo tem de ganhar a vida, né?
Entretanto, a guerra está para durar e quase meio milhão de deslocados não vão regressar a casa por causa do "conflito".
A foto foi recolhida em Praga (para ver tamanho real, clicar).

Misturado entre imagens do inevitável Rodrigues dos Santos (a partir da Síria, mas desta vez sem capacete e máscara de gás) e outras colhidas a partir das centrais internacionais de fabrico de “produtos informativos”, vi há pouco no jornal da noite da RTP uma espécie de advertimento aos telespectadores sobre as novas fontes de imagens e de notícias. Inquietavam-se os produtores da “peça” com os blogues, os sítios de notícias alternativas, os vídeos de “má qualidade” e, sobretudo,“descontextualizados”.

Tudo isto no contexto de mais um bombardeamento perpetrado pela aviação israelita sobre as antenas da televisão do Líbano. Protestos, assinalar o facto? Népia: a mesma atitude que tiveram em relação aos seus colegas sérvios quando estes foram bombardeados pela NATO.

Não os incomoda que confundam um tipo munido de uma caneta ou uma câmera de vídeo com um sujeito de metralhadora ou lança-rockets. Fazem coro com os militares e com os comentadores desfardados: eles, os seus colegas de profissão do outro lado da trincheira, fazem “propaganda” não “jornalismo” e são, por isso, alvos legítimos.

Claro que os nossos jornalistas não fazem propaganda, não emitem notícias sem indagarem da credibilidade das fontes, não copipastam imagens e notícias de órgãos mais “importantes”, isto é, nunca foram marionetas dos patrões da comunicação social alinhados com os governos.

Não lhes passa pela cabeça que do outro lado do “conflito” também há quem pense que a “verdade” possa ser escrita a tiro.

Solidariedade? Negativo. Para que o espírito de competição se adeqúe à forma de tratamento, ou o contrário, os jornalistas já não são “camaradas” de profissão. Agora são “colegas”. Como diria o meu velho, “como as putas”!

Para provar a sua capacidade de “reflexão” sobre o papel dos media durante épocas de “conflito”, morderam a mão que mais lhes dá de comer, a CNN. Crítica forte sobre um jornalista da estação norte-americana que perseguiu um shiita pelo meio dos destroços das ruas de Beirute. “Onde estava o sunita, o druso...”? - perguntava a voz de fundo da peça da RTP. Onde estava o “contraditório?”
Nas horas de Condollezza Rice?

O contraditório? O vosso contraditório anda perdido pela internet em vídeos rafeiros tirados de telemóveis ou digitais de bolso mostrando explosões, edifícios em ruínas e corpos retalhados. “Descontextualizados”...

Descontextualizados do quê? dos comentadores que “leram umas merdas sobre o assunto”? dos generais de pacotilha? Da propaganda que os jornais e as TV copipastam dos técnicos de comunicação dos serviços secretos?

A mesma televisão que brinda os telespectadores com notícias dramatizadas, fait-divers e dezenas de minutos de publicidade entre os seus “produtos noticiosos”, preocupa-se com a “Educação para os Media”!

Uma chatice esta invasão do espaço informativo pelos cidadãos comuns, pelas testemunhas, pelos que querem fazer vincar as suas verdades contra as verdades oficiais, ou mesmo daqueles que acham que têm uma mentira melhor que a vossa!

Quando o jornalismo, das vedetas pagas a peso de ouro e dos tarefeiros precários-que-não-têm-outro-remédio, se ajoelha em arrastões e fala de “conflitos”, e anda por aí a “contextualizar” o “conflito”, a maralha anda a falar de GUERRA. Os “conflitos” decidem-se em tribunal!

Depois não se admirem se nem as overdoses mentecaptas de futebol e os fait-divers da socialite vos consigam defender do desemprego.

22.7.06

Tanques God!


(foto de Jacob Sildberg - capturada no Público on-line)
Soldados israelitas rezam no "Sabat", o dia de descanso da religião judaica.
Fotografia para ser vista ao som de "Pigs Of War" dos "Black Sabbath".

Proletários de todos os países: bloguem!

O "monstro" recebeu correio do outro lado do Atlântico:

"O Fundo monetário internacional no seu boletim anual publicado este mês de Julho aconselha o governo português a proceder à "'transformação fundamental' do Estado e da economia". Na base dessa conclusão estaria o fraco crescimento da produtividade e a falta de competitividade da economia portuguesa ao nível internacional.

Em vez de criticar a classe dominante nacional pela sua preguiça e incompetência tradicional, o FMI torna a malhar nos mesmos : os trabalhadores. Quando esta instituição, ponta de lança do imperialismo, propõe que se beneficie o “ambiente de negócios” (entenda-se por isso a capacidade de extracção da mais-valia aos trabalhadores); a “redução das despesas” (entenda-se por isso o corte das despesas públicas com a saúde e a educação e os transportes), ela visa antes de mais reforçar o poder da classe dominante em detrimento de quem vende a sua força de trabalho, nomeadamente dos mais carênciados de entre nós, a favor de uma burguesia que há muito desistiu de ter um projecto político autónomo da burguesia internacional.

Janpasse."

13.7.06

Gostava que estivesses aqui.


Então, então pensas que consegues distinguir o céu do inferno, céus azuis da dor. Consegues distinguir um campo verde de um trilho gelado de aço? Um sorriso de um véu? Pensas que consegues distinguir?

Fizeram-te trocar os teus heróis por fantasmas?
Cinzas quentes por árvores? Ar quente por uma brisa fresca?
Conforto frio por mudança? E trocaste
a participação na guerra por um papel principal numa jaula?

Como eu gostava, como eu gostava que estivesses aqui.
Somos apenas duas almas perdidas a nadar num aquário,
ano após ano,
correndo através do mesmo velho chão. Que encontrámos?
Os mesmos velhos medos,
Gostava que estivesses aqui.

Tentativa de tradução de “Wish You Were Here”
(David Gilmour e Roger Waters, 1975)


Morreu Syd Barrett, fundador dos Pink Floyd, tinha 60 anos.
Soube-o ontem, as notícias disseram que ele
“morrera serenamente há uns dois dias”.

muito afastado de contactos com o público, Syd Barrett
não participava nos Pink Floyd quando o grupo
foi “consagrado” depois de trabalhos
como
“ Dark Side Of The Moon” (1973).

Natural de Cambridge, Inglaterra, foi lá que conheceu
os futuros membros marcantes dos Pink Floyd,
Roger Waters e David Gilmour.

A ficha técnica dos dois primeiros álbuns dos Pink Floyd,
“The Piper At The gates Of Dawn” (1967) e “Sarceful Of Secrets” (1968),
não deixa dúvidas de quem era a inspiração principal do grupo,
que a maioria esmagadora das composições tem o nome de Syd Barrett.

Os alucinogénios, droga da moda no final dos anos 60,
à mistura com uma doença incapacitaram-no de participar na vida do grupo.
Afastado da banda desde 1968, diz-se que visitou os antigos companheiros
quando estes gravavam o “Wish You Were Here” (1975) e eles não o reconheceram
– curiosamente este álbum acaba por ser considerado como uma homenagem a Syd Barrett.

Apesar da ausência de Barrett, sente-se ainda o seu brilho
em discos como “Ummagumma” (1969), “Atom Heart Mother” (1970)
e “Meddle” (1971). A parte menos conhecida mas mais estimulante dos Pink Floyd.

Syd Barrett deixou dois álbuns a solo, “Madcap Lauds” (1970)
e “Barrett” (1970), há ainda várias colectâneas onde se podem
encontrar versões diferentes e inéditos.

No céu brilha mais uma estrela, um “diamante louco”.


11.7.06

Já ouviu falar disto?

Eu não.
O conflito entre o Estado israelita e os territórios onde habitam os palestinianos é-nos transmitido pelos media apenas com duas leituras. E já estou a abusar, porque a regra geral é que apenas uma é transmitida: a do Estado israelita. Do outro lado o lugar-comum das manifestações apelando à vingança, já que as imagens da destruição social de um povo são consideradas de "propaganda" a favor dos terroristas.

Mas a sociedade israelita não é composta apenas de fanáticos, de emigrantes de religião judaica vindos de outros países que pretendem estabelecer-se sobre as campas dos palestinianos. Apesar do militarismo, sobra um espaço democrático onde a Esquerda israelita se manifesta contra o destino a que os sionistas relegaram o povo palestiniano.

Do mesmo modo, do lado palestiniano há muita gente que não alinha no "bomba-contra-bomba" recíproco, apesar deste ser o discurso com mais eco atendendo à humilhação de um povo esquecido que se fosse leste-europeu seria elevado á condição de "mártir" pelos fazedores de opinião.

A solução do conflito passa também pela Solidariedade, a única arma que pode matar a arma mais temível de todas: os estereótipos.

Reproduzo na íntegra um apelo feito por cidadãos israelitas acerca do que se tem passado no intervalo dos futebóis, foi retirado do Informação Alternativa.
Faço-o em copy-paste porque no fim do texto se afirma que o Apelo foi enviado aos jornais para ser publicado como publicidade paga, uma forma de garantir que saía.
É de um gesto de Solidariedade que este post trata. E a Solidariedade paga-se com Solidariedade.


Apelo à Europa!

Gush Shalom (Bloco israelense pela Paz)

A “desconexão” de Gaza, internacionalmente louvada, não acabou com a ocupação da mesma. Ela continuou na forma de um estrangulamento israelense das comunicações de Gaza com o resto do mundo. A Faixa de Gaza foi transformada numa enorme prisão a céu aberto.

Com o governo israelense recusando­‑se a falar com o governo palestiniano eleito, o único diálogo que agora resta é o diálogo das bombas, frequentemente dirigidas a alvos civis de ambos os lados da fronteira.

Sem a intervenção internacional, uma escalada brutal tornou-se quase inevitável.

Nós, patriotas israelenses e activistas pela paz, apelamos à União Europeia e aos seus estados membros, possivelmente em conjugação com outros países, para intervir imediata e efectivamente na ameaçadora crise israelo­‑palestiniana, e, especialmente, para:

1. Nomear um representante de nível ministerial para Israel/Palestina para seguir a evolução dos acontecimentos e aconselhar a União Europeia sobre os passos que a situação possa exigir.

2. Cessar as graves sanções impostas pela Europa à Autoridade Palestiniana como uma penalização por ter exercido o seu direito democrático e ter eleito um governo da sua preferência. Isto, em si mesmo, é uma brutal intervenção a favor da ocupação.

3. Implicar tanto o governo de Israel como o presidente e o governo palestinianos eleitos num diálogo sério, com o objectivo de pôr fim à presente crise e pavimentar o caminho para negociações de paz significativas.

4. Ampliar a Missão de Assistência Fronteiriça da União Europeia, que já está a operar com sucesso na passagem fronteiriça de Rafah, a todas as passagens de fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza, para assegurar o fluxo regular de alimentos, medicamentos e outros artigos em ambos os sentidos, independentemente dos desenvolvimentos políticos e militares.

5. Actuar como um mediador permanente para crises agudas, como no caso do prisioneiro de guerra, Gilad Shalit.

6. Oferecer a ambas as partes o estacionamento de uma força de manutenção da paz permanente entre a Faixa de Gaza e Israel.

7. Considerar a convocação de uma conferência internacional para acabar com o conflito israelo-palestiniano.

A EUROPA NÃO PODE PERMITIR-SE FICAR EM SILÊNCIO!

Este apelo foi enviado no dia 7 de Julho a todas as embaixadas europeias bem como ao International Herald Tribune – para ser publicado como um anúncio pago.

Obrigado por existirem!

Descobri hoje o Informação Alternativa, um sítio onde se podem ler textos de Ignacio Ramonet, Boaventura de Sousa Santos, Eric Toussaint, Noam Chomsky, Robert Fisk, Rui Namorado Rosa (a ordem foi ditada pela memória) e outros.

Tem a particularidade dos textos serem em português, o que representa um grande trabalho e que denota um objectivo de permitir ao cidadão comum, armado de internet, ter acesso a ideias que ficam sistematicamente retidas nos filtros dos media que fabricam a maioria das opiniões.

Ah! E como se não bastasse, ainda se dispuseram a fazer um blogue de cartoons!
Foi de onde tirei este:
Brevemente aparecerão os atalhos aí ao lado. Quando o Zellig me ensinar como se faz...

10.7.06

Italianos e bons.














São italianos, da Sicília. Chamam-se "Conqueror" e definem-se como "prog-band", isto é, inscrevem-se na longa lista de bandas de "rock progressivo" que o país de Garibaldi já produziu.
Têm dois álbuns editados: "Istinto" (2003) e "Storie Fuori dal Tempo" (2005).
Tive acesso apenas ao último, e pelo que ouvi posso adiantar que os “Conqueror” não traíram a tradição de a Itália ser considerada pelos amantes deste género musical como um país de onde têm surgido algumas das propostas mais interessantes nas diversas matizes do “progressivo ”. Podem "ascoltar" aqui.


4.7.06

Debater as novas realidades no Mundo do Trabalho

A propósito disto , é de ler isto
(texto em castelhano, em formato pdf)

Figueirinha: quase verde na estrada, mais amarela na areia

Aproveitando a boleia do autocarro gratuito que faz a carreira entre o improvisado parque de estacionamento junto ao cais da fábrica de cimento Secil e a praia da Figueirinha, fui satisfazer a curiosidade em relação ao decorrer dos trabalhos de consolidação da encosta da Arrábida. Rapidamente verifiquei que o aspecto anterior da Serra da Arrábida passou à história.

Para além das diversas barreiras de rede de aço que vão passar a fazer parte da paisagem, o que mais me estranhou, e aos demais que partilhámos a curta viagem, foram as duas espécies de palas que foram instaladas antes e depois da Figueirinha nos troços onde a Serra, ao invés de escorrer para o mar, se eleva acima da estrada. Com colunas do lado do estuário, que tiram o estatuto de túneis às novas construções, as enormes estruturas em betão serão talvez a imagem de marca que ficará desta intervenção.


Outra situação que tem a ver com outras engenharias que não a do betão, as do negócio, é a de verificar a redução do espaço de utilização livre da praia ano após ano. Espaço livre de concessionários, bem entendido.

Há uns anos havia apenas algumas dezenas de toldos na praia da Figueirinha. Estavam quase sempre vazios, porque as pessoas preferiam trazer de casa as sombrinhas para não pagarem o aluguer.

Nos últimos anos, como se fossem cogumelos, as sombras pagas passaram a dominar a praia, à excepção de uma nesga junto ao local de onde saem os barcos de aluguer - um sítio onde se faz por vezes sentir o cheiro a gasolina resultado da constante chegada e partida das embarcações motorizadas que rebocam os divertimentos aquáticos.

Tirando este território livre de concessões, mas poluído pelos cheiros e ruídos dos motores, a parte junto ao pontão à esquerda do areal permite que as pessoas instalem as suas sombrinhas sem serem incomodadas pelo “cabo-de-mar”. Uma parte do areal que é considerado “Zona Perigosa”. Não raras vezes é possível ver a zona concessionada quase vazia a conviver com o restante areal onde as sombrinhas competem pelo mais pequeno grão de areia.

Muitos resolvem o problema da falta de espaço abdicando da sombra e instalando-se à frente da área concessionada.

A bandeira amarela esteve sempre hasteada por uma razão qualquer, inexplicável atendendo ao estado do mar.

As pessoas mantinham-se na areia, mansas, a olhar a mansidão do mar em fim de tarde. Independentemente da luta contra a sinistralidade nas praias, para mim deram poder a mais uns tantos que o vão usar arbitrariamente de acordo com as suas conveniências.

"Copy-paste" para não deixar passar em branco

Abrir aspas:

Embrulha que são pretos

Embrulha que são pretosQualquer pessoa com o mínimo bom senso percebe que não é sensato misturar a política com o futebol, sob pena de a tal continuação da guerra por outros meios, segundo Orwell, deixar de ser uma simples figura retórica. Nem nos piores momentos do jogo do passado domingo terá ocorrido a algum holandês vingar os mortos das batalhas da Flandres no tempo em que os portugueses por lá andavam. Tratava-se apenas de ganhar um jogo de futebol, apesar de tudo.

O ridículo francês Le Pen lembrou-se, porém, de criticar as prestações da selecção francesa alegando que o grande defeito da equipa era ter demasiados estrangeiros. Sim, os mesmos estrangeiros que conseguiram que a França fosse campeã mundial em 1998. Claro que a Espanha foi uma das mais consistentes e empolgantes selecções deste mundial, mas, perante as palermices do senhor Le Pen, qualquer pessoa minimamente decente, vagamente inteligente, dá por si a desejar que os despojos da França de 1998 consigam seguir em frente no Mundial, que sejam capazes de eliminar a Espanha — em detrimento do jogo, mas em benefício da paz social e do bom-senso.

E a França eliminou a Espanha. Custa um pouco, mas, simultaneamente, é um regalo ver os pretos a festejar diante das bandeiras bleu-blanc-rouge. Ver Vieira, Henry, Makelele, Gallas, Thuram, Abidal e Malouda de braços no ar. Ver o “argelino” Zidane despedir-se daquela maneira, sentando Puyol antes de marcar mais um golo de antologia. Dá vontade de gritar: Embrulha Le Pen que são pretos! Embrulha Le Pen que são estrangeiros!

Fechar aspas.

Dêem uma vista de olhos ao blogue
do autor, Manuel Jorge Marmelo.
Soube disto por aqui

Assunto por resolver.

"Um médico, uma sua empregada e três mulheres suas clientes foram hoje condenados pelo crime de aborto, no Tribunal de Aveiro, que refez um acórdão de 2004, cumprindo decisão do Tribunal da Relação de Coimbra.

O médico foi condenado em cúmulo jurídico a quatro anos e oito meses de prisão, com perdão de um ano. Uma sua colaboradora foi condenada como cúmplice a um ano e quatro meses de prisão, com pena suspensa por três anos, enquanto três mulheres foram condenadas pelo crime de aborto a seis meses de prisão, com pena suspensa por dois anos.

Todos os arguidos - 17 no total - haviam sido absolvidos em 17 de Fevereiro de 2004, por falta de provas, mas o acórdão foi declarado nulo pelo Tribunal da Relação de Coimbra, que decidiu pela legalidade dos exames médicos feitos às arguidas, pelo que foi hoje proferida nova sentença."

(notícia completa no digital Portugal Diário)

Ainda há quem tenha dúvidas?

"Se não conseguem governar como deve ser deixem a tarefa aos australianos. Deixem-nos juntar à Federação Australiana e ser outro Estado australiano".
(Imagem tirada daqui)

"Ao chegar com uma força de 2 000 militares um brigadeiro australiano voou directamente de helicóptero para o quartel general do líder rebelde, Major Alfredo Reinaldo - não para prendê-lo por tentar derrubar um primeiro ministro eleito democraticamente mas para cumprimentá-lo efusivamente. Como outros rebeldes, Reinado foi treinado em Canberra. Diz-se que John Howard está contente com o título de "vice-xerife" do Pacífico Sul, atribuído por George W. Bush. Recentemente ele enviou tropas para uma rebelião nas Ilhas Salomão e oportunidades imperiais acenam em Papua Nova Guiné, Vanuatu e outras pequenas nações insulares. O xerife aprova."
(Texto completo aqui)

Ramos Horta aparece indicado como possível primeiro-ministro, abençoado por Xanana e pelos australianos, após o golpe perpretado para afastar Mari Alkatiri (do partido Fretilin que ganhou as eleições com 80% dos votos).
Laureado com o Prémio Nobel da Paz, Ramos Horta foi dos primeiros apoiantes da invasão do Iraque. Ainda Timor não recuperou da invasão indonésia.

Outras viagens

Deambulando por aí dei com uns quebequenses que dão pelo estranho nome de "Godspeed You Black Emperor!". Ouvi-lhes o álbum "Lift Your Skinny Fists Like Antennas To Heaven", do ano de 2000.
Um primeiro sabor a "Mogwai" (uma interessante banda escocesa que já actuou entre nós) fez-me entrar logo na onda, mas cedo deu para ouvir que o oceano por onde deambulam os canadianos não é bem o mesmo. Gostei.
Eles estão aqui.

RTP desrespeita telespectadores

Ontem assisti a um (bom) filme do Alan Parker, "The Life of David Gale", na RTP. Tive a curiosidade de ver quem tinha sido o autor da Banda Sonora... debalde! a RTP tem adoptado o hábito de passar as legendas a "cem à hora". Fiquei indignado e decidi protestar junto da Entidade Reguladora para a Comunicação Social

"Assunto: Queixa contra a RTP (Canal 1) por sonegar as Fichas Técnicas dos filmes que exibe.


Venho por este meio protestar contra a forma como o Canal 1 da RTP tem vindo a desrespeitar as pessoas que se dispõem a ver as suas rubricas de Cinema.

Refiro-me em concreto à forma como este Canal Público de Televisão tem passado as Fichas Técnicas dos filmes que exibe: acelerando a imagem, tornando impossível a sua leitura.

Para os cinéfilos a Ficha Técnica de um filme contém sempre elementos de interesse que vão desdequem fez o quê”, passando peloondeaté ao “quando”. Para estes, retirar esta parte (como é hábito nos canais privados) ou inviabilizar a sua leitura (atitude mais “soft”, mas como o mesmo resultado prático) significa amputar o filme. Indo por outro lado: representa tratar os espectadores como merosconsumidores de imagens”.

Não . Mesmo entre aqueles que vêm os filmes numa perspectiva diferente, dentre os outros que não se preocupam com estespormenoresque a RTP decidiu coarctar aos seus telespectadores é costume encontrar curiosos que gostam de saber quem é o autor da Banda Sonora, onde foi filmado, etc.

Ao negar a possibilidade da leitura Ficha Técnica a RTP está a fazer exactamente o contrário daquilo que é suposto fazer; o que justifica que eu e milhares de cidadãos sejamos contribuintes do seu financiamento: contribuir, pelo menos, para a Curiosidade Cultural das pessoas.

É em nome deste princípio que, de acordo com as possibilidades que detiverdes, solicito a Vossa intervenção."

1.7.06

Meu caro amigo...

[...]
"Meu
caro amigo, eu quis até telefonar
Mas a tarifa não tem graça
eu ando aflito pra fazer você ficar
a par de tudo que se passa

Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aquipreta"
[...]

(Chico Buarque - "Meus Caros Amigos", 1976)