21.12.12

Orçamento para 2013 da Câmara Municipal de Setúbal recusado por toda a oposição

O Orçamento apresentado pelo executivo da CDU para a Câmara Municipal de Setúbal, referente ao ano de 2013, foi reprovado por todos os partidos da oposição. Reproduz-se aqui uma intervenção de um dos deputados municipais do Bloco de Esquerda

Algumas considerações sobre o Orçamento para 2013 
 
É preciso um Orçamento tão avultado para aquilo que se pretende fazer?
Depois de um Orçamento que foi um dos maiores alguma vez vistos neste município, temos perante nós um Orçamento que, apesar de não prever obras no calibre do anterior, consegue ser apenas 7 milhões de Euros inferior àquele.
Lembra-se: o Orçamento anterior incluiu a reconstrução do Fórum Municipal Luísa Todi, por vicissitudes várias, feita quase a partir do zero, e ainda a recuperação do edifício do antigo Círculo Cultural de Setúbal, há muito ao abandono. O interesse em dotar a Cidade de equipamentos culturais que a dignifiquem, bem como as possibilidades que estes equipamentos abrem aos nossos artistas, ditaram que, apesar das críticas que fizemos aos moldes em que foram geridas as obras, não tivéssemos inviabilizado o seu financiamento.
Algumas questões metodológicas
No que tem a ver com a Receita, o Orçamento continua a partir de pressupostos errados. Para além da receita fictícia com a venda de habitação ou património imobiliário, enferma ainda da perspectiva de proventos irrealistas em matéria de rendas pela habitação municipal.
Sendo que a maioria dos arrendatários da Câmara Municipal de Setúbal pertence aos extractos sociais mais débeis, cada vez mais esmagados pela inclemência da austeridade, cabe perguntar:
O Executivo acredita mesmo que vai realizar a verba que se propõe receber em rendas? Ao invés, não seria de antecipar no Orçamento uma rubrica que precavesse o apoio de urgência a famílias declarada e comprovadamente perto de ficarem sem tecto?
Município Participado”?
Apesar de estar até no próprio logótipo da Câmara Municipal de Setúbal, verificamos que a ideia de “Município Participado” já teve dias. Se chegou a haver alguma tentativa, mesmo que ténue, de aplicar o princípio do “Orçamento Participado” neste concelho, é óbvio que hoje as duas palavras não passam de um slogan vazio.
Para prejuízo da vida democrática da Cidade, não foram convocados os cidadãos, nem as organizações e associações que intervêm na cidade nas frentes Cultural, da Solidariedade Social e do Desporto.
Orçamento de Base Zero, uma oportunidade perdida.
Mais uma vez, perdeu-se a oportunidade de se começar a aplicar, mesmo que de forma cautelosa e não generalizada, mas decisiva, o princípio do Orçamento de Base Zero. Um princípio que, lembro, foi recomendado por esta Assembleia Municipal ao executivo, já faz dois anos. A situação económica da Câmara sugeriria que se dessem passos nesse sentido.
Por exemplo, pegando num dos itens que absorve parte do Orçamento, a Cultura.
O desígnio justo de “1% para a Cultura”, aprovado aqui em Moção recente, podia ser aplicado através do debate aberto com os agentes interessados numa escolha democrática e não burocrática das prioridades, cumprindo o compromisso do Orçamento Participativo. Isto permitiria, simultaneamente, fazer da rubrica Cultura uma espécie de programa-piloto da aplicação do princípio do Orçamento de Base Zero.
Ganhar-se-ia em transparência e rigor o que acaba por não ser explicado nas rubricas “outras”, autênticos cheques em branco políticos.
Para que se compreenda o nosso incómodo: em que rubrica descortinável do orçamento anterior coube o compromisso de 20 mil euros anuais com o proprietário da Praça de Touros, esta autêntica parceria público-privada?
Outra vantagem do Orçamento Participado seria o de conseguir perceber-se quais os critérios de apoio às diversas associações culturais e grupos de teatro. Qual é? Pela programação, pelas propostas de iniciativas que apresentam? Pelo facto de existirem?
A este propósito, não se vê inscrita qualquer verba para o “Festival de Teatro de Setúbal”, cuja importância já é digna de uma rubrica fora da mendicidade. E verifica-se a inscrição do “Arrábida World Music” sem dotação, apesar de ser um evento cuja realização não será barata.
Há um esforço grande - demasiado grande para a realidade financeira do município - no que toca à Comunicação
Mais de um milhão de euros. Salvaguardando as obrigações legais, achamos que vai sendo tempo de se fazer o balanço do custo/benefício das publicações e folhetos, com o fito de racionalizar e aproveitar melhor os recursos.
Aqui, abre-se um parêntesis:
Exige-se que se reduza o número de publicações de “charme” dando predomínio a edições digitais, por um lado;
Que o Boletim Municipal seja menos luxuoso e com conteúdos específicos mais dirigidos à formação cidadã dos munícipes, com conteúdos dedicados a melhorar o comportamento ambiental e as relações de vizinhança, por exemplo, e com mais informação sobre direitos e deveres dos cidadãos em diversas matérias, um “quem é quem” dos trabalhadores municipais para dar mais relevo ao seu papel na melhoria das condições de vida do Concelho;
Se entendemos legítimo que o Executivo publicite as obras e as iniciativas que protagoniza, tal não devia inibir o Boletim Municipal de fazer eco dos debates e do pensamento sobre os assuntos concelhios e de dar mais relevância ao trabalho da Assembleia Municipal. E também (por que não?) ter páginas abertas aos contributos dos partidos da oposição.
Prevê-se a admissão de novos trabalhadores. Sim, mas…
Estamos de acordo, para haver Serviços Públicos tem que haver quem os faça. Nestes tempos em que o ataque ao Estado Social se faz também através da denegrição e menosprezo dos trabalhadores do Estado, como faz o governo, ainda é mais importante ser-se criterioso na escolha das prioridades. Ainda por cima quando os municípios são pressionados para se desfazerem de 2% dos seus trabalhadores, para depois (vê-se!) se entregar muitas actividades a organizações clientelares que se sustentam no trabalho precário e sem direitos. Admitir para colmatar insuficiências técnicas, sim, mas não sem antes se verificar as competências que já existem e estão subvalorizadas ou subaproveitadas.
A necessidade de recrutar-se trabalhadores para áreas específicas, onde declaradamente a sua falta prejudica a qualidade do Serviço Público prestado às populações, deve ser explicada de forma clara. Depois do “fim de contrato” de dezenas de trabalhadores deste município, e dos concursos com pressupostos que deixaram de fora trabalhadores que já executavam funções, esta clareza ainda é mais exigível.
Uma verba importante para software informático, quase um milhão de Euros.
Não se percebe como não existe o desiderato municipal de fazer a transição da maioria das aplicações para o Software Livre, como, aliás, acontece em muitos municípios de países da Europa “rica”. Salvaguardando algum software imprescindível para satisfazer necessidades específicas que não possam ser colmatadas pelo Software Livre, não há justificação alguma para se continuar a pagar fortunas por licenças de produtos que podem ser substituídos por outros, gratuitos, de qualidade similar.
A transição para o Software Livre permitiria o estabelecimento de protocolos com o Ensino Técnico local, e até alavancar a possibilidade do nascimento de pequenas empresas dedicadas ao desenvolvimento e apoio técnico de software de código aberto. A falta de coragem em romper com o ciclo de consumidor passivo de programas está a custar muito dinheiro ao município, e milhões de euros a um país que ostensivamente ignora o que já se faz nas suas universidades.
Concluindo: Para além das considerações feitas, ao ler e reler este Orçamento fica-se com a sensação de que o propósito eleitoralista não foi alheio à sua construção. Afirmamos desde já que não pode merecer a nossa confiança.


Intervenção de
José Tavares da Silva (Bloco de Esquerda)
Assembleia Municipal de Setúbal, 17 de Dezembro de 2012

Assembleia Municipal de Setúbal aprova moção de apoio à Luta dos Estivadores

Moção de apoio à luta dos Estivadores Portugueses
Considerando que:
- Os Estivadores desenvolvem desde há meses uma luta pela salvaguarda da dignidade da sua profissão, contra o intuito de fazer regredir os vínculos de trabalho à realidade anterior a 1979 - quando a sua profissão e direitos foram reconhecidos e se acabou com as “praças de jorna” e a arbitrariedade dos empregadores;
- Os Estivadores preconizam ainda a Segurança no Trabalho de quem desempenha uma função especializada e de desgaste rápido – um estatuto que Portugal é dos poucos países da Europa a não reconhecer;
- Sendo uma luta para contrariar a tentativa de precarização completa da actividade laboral nos portos portugueses, nem por isso os estivadores deixam de denunciar a falta de trabalhadores nos portos, reclamando a admissão de trabalhadores com vínculos contratuais idênticos aos seus.
- Tendo em consideração que a greve dos estivadores é uma greve às horas extraordinárias, sábados, domingos e feriados, o impacto da greve dá razão à denúncia de falta de trabalhadores nos portos;
- A aprovação recente de uma lei pelo parlamento português, à revelia da negociação séria com as principais organizações sindicais do sector, veio consagrar a possibilidade da entrada indiscriminada de empresas de trabalho temporário que utilizarão o precariado como carne para canhão no desígnio de romper com todos os vínculos e responsabilidades que até agora têm protegido os trabalhadores dos portos;
- A luta dos estivadores portugueses insere-se no combate dos trabalhadores portuários a nível europeu contra a liberalização e a precarização do trabalho nos portos, promovida e incentivada pela Comissão Europeia e que tem vindo a enfrentar a resistência dos trabalhadores portuários em diversos países.
Os deputados da Assembleia Municipal de Setúbal, reunidos em 14 de Dezembro de 2012, decidem:
Solidarizar-se com a luta dos Estivadores em prol da defesa da sua profissão contra a precarização do trabalho na actividade portuária.
Saudar a combatividade dos Estivadores por ser um exemplo de abnegação e luta contra a moda de considerar qualquer Direito Laboral um “privilégio”, fazendo tábua rasa do compromisso consubstanciado no Estado Social.

Subscrevem:
Deputados municipais do BE
(José Tavares da Silva e José Luís Andrade)

Moção Aprovada por maioria:
Voto favorável do BE e CDU; PSD e PP votaram contra; abstenções do PS e “Azeitão no Coração”.

Assembleia Municipal de Setúbal aprova parqueamentos dedicados a motas

 Recomendação
 
Tendo em consideração o espírito da “Lei das 125”, que propôs aos automobilistas que utilizassem nas suas deslocações citadinas um veículo menos poluente e menos invasor do espaço urbano;
Observando que o sucesso desta lei se pode comprovar na evidência de que a utilização de veículos motorizados de duas rodas é uma alternativa encarada por cada vez mais cidadãos no que à mobilidade urbana e interurbana diz respeito;
Constatando que o incremento do número deste tipo de veículos não tem sido acompanhado de tentativas de ordenar o seu estacionamento, acabando estes por utilizarem as vias destinadas aos peões;
Verificando que o aumento do parqueamento automóvel, pago, no centro da cidade não está a ser acompanhado da salvaguarda de locais de estacionamento para veículos motorizados de duas rodas.
A Assembleia Municipal de Setúbal, reunida no dia 14 de Dezembro de 2012, recomenda ao Executivo da Câmara Municipal de Setúbal:
Que este providencie a uma intervenção nos parques de estacionamento já construídos, no sentido de os dotar de espaços reservados para veículos de duas rodas (bicicletas inclusive);
Que, doravante, todos os parqueamentos autorizados pelo município salvaguardem locais dedicados exclusivamente a veículos de duas rodas, devidamente demarcados e visíveis, e construídos de forma a obstar a invasão por outros tipos de veículos.


Subscrevem esta Recomendação:
Deputados municipais do BE
(José Tavares da Silva e José Luís Andrade)

Esta Recomendação foi aprovada por Unanimidade 
(BE, CDU, PSD, PP, PS, deputada independente "Azeitão no Coração)


A Água é um Bem Essencial, não uma Mercadoria

(Artigo de Opinião publicado no jornal “O Setubalense”)
A Água é um Bem Essencial, não uma Mercadoria
Não foi há muitos anos que a captação e distribuição de água no nosso concelho era feita por serviços geridos pela Câmara Municipal, sob a responsabilidade de um vereador com esse pelouro, representando um governo local legitimado pelo voto popular nas eleições autárquicas. Isto é, havia sempre a possibilidade dos cidadãos interferirem na forma como um Bem Essencial tão importante como a Água era gerido, através da Democracia: “Se não és competente dá o lugar a outro”.
Entretanto, a governação do PS que geriu este município durante 16 anos, decidiu disfarçar a sua incompetência privatizando a água. Incompetência, sim, porque só um incompetente entrega ao negócio a responsabilidade de gerir um Bem Público que lhe foi confiado pelo povo. Não? Então, ainda é mais grave: por mero interesse partidário vendeu-se um Bem Essencial que pertencia à Cidade só para fazer obras de fim de mandato. Saiu-se mal o PS, foi julgado e perdeu as eleições. Mas nós perdemos ainda mais: a oportunidade de julgar quem e como se governa a Água que abastece o concelho.
Agora, quando os fantasmas das misérias do passado voltam a assombrar os lares, quando a pobreza ultrapassa a vergonha e já invade as ruas de Setúbal, quando há cada vez mais gente que já não tem dinheiro para fazer face aos custos da luz e da água, o município está incapaz de minorar o sofrimento desses cidadãos porque não tem o domínio deste bem essencial. Mas isso não serve de desculpa para não se tomar posição quando os direitos dos consumidores são violentados.
A Água, de Recurso a consumir com parcimónia e de acordo com as necessidades básicas, transformou-se numa Mercadoria, uma fonte de negócio. Pode-se consumir desregradamente, encher piscinas e lavar desalmadamente uma frota automóvel, desde que se tenha dinheiro e, ao mesmo tempo, conviver com a situação de que ela falte aos mais pobres para cozinhar e fazer a higiene.
Assim, o regresso da Água ao Controlo Público é uma exigência. Não para satisfazer qualquer plano político ou clientela partidária, mas para garantir aquilo que só não é uma evidência para quem tem a mente toldada pelo grau-zero de sensibilidade social: o Direito à Água é um Direito Básico a que todos os humanos devem ter acesso. Sim, um Direito Humano, porque um “cliente” só tem direito àquilo que pode pagar.
Acabei de me posicionar em relação ao tema, debruçar-me-ei agora sobre uma situação concreta:
Há poucos dias fiz uma intervenção na Assembleia Municipal, em 28 de Setembro de 2012, onde solicitei a intervenção da Sra. Presidente da Câmara ( por impedimento desta, na pessoa do vereador André Martins) no sentido de esclarecer algumas situações que se referem à forma como a empresa Águas do Sado vem tratando os consumidores do nosso concelho. Abro aspas e revelo o teor dessa intervenção:
“Chegou ao meu conhecimento que a Águas do Sado, escudando-se numa lei que protege os interesses das empresas quanto ao ritmo com que são feitas as leituras dos contadores, está a confirmar os consumos a intervalos de tempo cada vez mais distantes entre si.
Esclareço: não me estou a referir a locais de consumo cuja leitura dos contadores tem algum tipo de impedimento, arquitectónico ou outro.
O que está a acontecer é que muitos cidadãos, quase todos de fracos recursos e na maioria idosos, têm visto disparar o preço de um bem de primeira necessidade, como é a água, para valores incomportáveis para o seu orçamento mensal. Apenas porque, menos avisados, não telefonam ou vão dar leitura mensal à empresa. Dito de outra forma, não se substituem à obrigação do concessionário detentor do serviço de abastecimento de águas de fazer a leitura dos contadores a intervalos de tempo razoáveis.
E, o pior: esta situação de lançar os consumos de vários meses numa só factura tem como consequência directa a subida de escalão de consumo e o aumento de todas as taxas a ele associadas. O que leva a uma pergunta que não sou só eu que faço: estamos perante um “desfuncionamento” ou expediente?
Para desfazer esta dúvida, é minha obrigação solicitar-lhe:
- Que indague junto da empresa Águas do Sado qual é periodicidade efectiva com que os seus serviços estão a fazer as leituras dos contadores de água dos consumidores;
- Que confirme, ou desminta, junto daquela empresa, a informação que me chegou de que a quantidade de funcionários a quem compete a leitura dos contadores dos consumidores é cada vez menor e com áreas geográficas atribuídas cada vez mais alargadas;
- E, finalmente, que esclareça porque razão os valores de consumo de vários meses são imputados numa única factura, como se de um único mês se tratasse, sem se estabelecer uma média no cálculo dos escalões e taxas associadas.”
Fecho as aspas. E fico, como muita gente neste concelho, a aguardar explicações.
José Tavares da Silva,
Deputado municipal,
eleito pela lista do Bloco de Esquerda

19.11.12

Palestina: "Nós sabemos!"

 

 Via ESQUERDA.NET

Chomsky e colegas denunciam cobertura mediática sobre Gaza

Num artigo com o título “A cobertura dos média sobre Gaza: nós sabemos!”, Noam Chomsky e outros linguistas denunciam a manipulação do noticiário pela grande imprensa para camuflar o massacre do povo palestiniano, apelam aos jornalistas para que não sirvam de joguetes e para que as pessoas se informem pelos média independente.
"Ninguém pode negar a Israel o direito à defesa ante esta agressão"

 
A cobertura dos média sobre Gaza:
nós sabemos!



Enquanto países na Europa e América do Norte relembravam as baixas militares das guerras presentes e passadas, em 11 de Novembro, Israel estava a alvejar civis. Em 12 de novembro, leitores que acordavam para uma nova semana tiveram já ao pequeno almoço o coração dilacerado pelos incontáveis relatos das baixas militares passadas e presentes. Não havia, porém, nenhuma ou quase nenhuma menção ao facto de que a maioria das baixas das guerras modernas de hoje são civis. Era também difícil alguma menção, nessa manhã de 12 de novembro, aos ataques militares à Gaza, que continuaram pelo final de semana. Um exame superficial comprova isso na CBC do Canada, Globe and mail, na Gazette de Montreal e na Toronto Star. A mesma coisa em New York Times e na BBC
De acordo com o relato do Centro Palestiniano para os Direitos Humanos (PCHR, pela sigla em inglês) de domingo, 11 de Novembro, cinco palestinianos, entre eles três crianças, foram assassinados na Faixa de Gaza, nas 72 horas anteriores, além de dois seguranças. Quatro das mortes resultaram das granadas de artilharia disparadas pelos militares israelitas contra jovens que jogavam futebol. Além disso, 52 civis foram feridos, seis dos quais eram mulheres e 12 crianças. (Desde que este texto começou a ser escrito, o número de mortos palestinianos subiu, e continua a aumentar.)
Artigos que relatam os assassinatos concentram-se esmagadoramente na morte de seguranças palestinianos. Por exemplo, um artigo da Associated Press publicado no CBC em 13 de novembro, intitulado Israel estuda retoma dos assassinatos de militantes de Gaza, não menciona absolutamente nada de civis mortos e feridos. Ele retrata as mortes como alvos "assassinados". O facto de que as mortes tenham sido, na imensa maioria, de civis, mostra que Israel não está tão empenhado em "alvos" quanto em assassinatos "coletivos". Assim, mais uma vez, comete o crime de punição coletiva. Outra notícia de AP na CBC de 12 de novembro diz que os rockets de Gaza aumentam a pressão sobre o governo de Israel. Traz a foto de uma mulher israelita a olhar para um buraco no teto da sua sala. Novamente, não há imagens, nem menção às numerosas vítimas sangrando ou cadáveres em Gaza. Na mesma linha, a manchete da BBC diz que Israel é atingido por rajadas de rockets vindos de Gaza. A mesma tendência pode ser vista nos grandes jornais da Europa.
A maioria esmagadora das notícias enfatiza que os rockets foram lançados de Gaza, nenhum dos quais causaram vítimas humanas. O que não está em foco são os bombardeamentos sobre Gaza, que resultaram em numerosas vítimas graves e fatais. Não é preciso ser um especialista em ciências da comunicação para entender que estamos, na melhor das hipóteses, diante de relatos distorcidos e de má qualidade e, na pior, de manipulação propositadamente desonesta.
Além disso, os artigos que se referem às vítimas palestinianas em Gaza relatam consistentemente que as operações israelitas se dão em resposta ao lançamento de rockets a partir de Gaza e à lesão de soldados israelitas. No entanto, a cronologia dos eventos do recente surto começou em 5 de novembro, quando um inocente, aparentemente mentalmente incapaz, homem de 20 anos, Ahmad al-Nabaheen, foi baleado quando passeava perto da fronteira. Os médicos tiveram que esperar seis horas até serem autorizados a ir buscá-lo. Eles suspeitam que o homem pode ter morrido por causa desse atraso. Depois, em 8 de novembro, um menino de 13 anos que jogava futebol em frente de sua casa foi morto por fogo do IOF (força de ocupação israelita), que chegou ao território de Gaza com tanques e helicópteros. O ferimento de quatro soldados israelitas na fronteira em 10 de novembro, portanto, já era parte de uma cadeia de eventos que começou quando os civis de Gaza foram mortos.
Nós, os signatários, voltámos recentemente de uma visita à Faixa de Gaza. Alguns de nós estamos agora ligados aos palestinianos que vivem em Gaza através dos média sociais. Por duas noites seguidas, palestinianos em Gaza foram impedidos de dormir pela movimentação contínua de drones, F16, e bombardeamentos indiscriminados sobre vários alvos na densamente povoada Faixa de Gaza . A intenção clara é de aterrorizar a população, e com sucesso, como podemos verificar a partir de relatos dos nossos amigos. Se não fosse através dos posts no Facebook, não estaríamos conscientes do grau de terror sentido pelos simples civis palestinianos em Gaza. Isto contrasta totalmente com a consciência mundial sobre cidadãos israelitas chocados e aterrorizados
O trecho de um relato enviado por um médico canadiano que esteva em Gaza, servindo no hospital Shifa ER no final de semana, diz: " os feridos eram todos civis, com várias perfurações por estilhaços: lesões cerebrais, lesões no pescoço, hemo-pneumotórax, tamponamento cardíaco, rutura do baço, perfurações intestinais, membros estraçalhados, amputações traumáticas. Tudo isso sem monitores, poucos estetoscópios, uma máquina de ultra-som. Muitas pessoas com ferimentos graves, mas sem a vida ameaçada foram mandadas para casa para ser reavaliadas na parte da manhã, devido ao grande volume de baixas. Os ferimentos por estilhaços penetrantes eram assustadores. Pequenas feridas com grandes ferimentos internos. Havia muito pouca Morfina para analgesia."
Aparentemente, tais cenas não são interessantes para o New York Times, a CBC, ou a BBC.
Preconceito e desonestidade com relação à opressão dos palestinianos não é nada de novo nos média ocidentais e tem sido amplamente documentado. No entanto, Israel continua os seus crimes contra a humanidade com a aquiescência plena e apoio financeiro, militar e moral dos nossos governos, os EUA, o Canadá e a União Europeia. Netanyahu está a ganhar apoio diplomático ocidental para operações adicionais em Gaza, que nos fazem temer que outro Cast Lead esteja no horizonte. Na verdade, os mais acontecimentos são a confirmação de que tal escalada já começou, como a contabilização das mortes de hoje que aumenta.
A falta generalizada de indignação pública a estes crimes é uma consequência direta do modo sistemático em que os fatos são retidos e/ou da maneira distorcida com que esses crimes são retratados.
Queremos expressar a nossa indignação com a cobertura repreensível desses atos pelos média mainstream. Apelamos aos jornalistas de todo o mundo que trabalham nesses média que se recusem a servir de instrumentos dessa política sistemática de camuflagem. Apelamos aos cidadãos para que se informem através de meios de comunicação independentes, e exprimam a sua consciência por qualquer meio que lhes seja acessível.

Hagit Borer, linguist, Queen Mary University of London (UK)
Antoine Bustros, composer and writer, Montreal (Canada)
Noam Chomsky, linguist, Massachussetts Institute of Technology, US
David Heap, linguist, University of Western Ontario (Canada)
Stephanie Kelly, linguist, University of Western Ontario (Canada)
Máire Noonan, linguist, McGill University (Canada)
Philippe Prévost, linguist, University of Tours (France)
Verena Stresing, biochemist, University of Nantes (France)
Laurie Tuller, linguist, University of Tours (France)
Texto divulgado a 15 de novembro de 2012 por ciranda.net

15.11.12

O BCE e a Dívida explicada a burro(a)s

Por estes tempos de cólera, as caixas de e-mails ainda se enchem mais que o normal. Dos convites para assinar petições inconsequentes, ao descarregar de raiva sobre "toda a classe política", passando por acusações baseadas no diz-que-diz, até à propagação de boatos, tudo aparece... muitas vezes arremessados por quem votou nos que lá estão, e agora diz que "são todos iguais", ou se vangloria de nem se ter dado "ao trabalho de ir votar"... Spam. Ainda bem que inventaram os filtro de lixo electrónico.

Na sua maioria, os e-mails da crise têm origem anónima, são replicados sem critério, alimentados pela revolta que muitas vezes se esgota na fúria com que os dedos martelam o teclado... mas a uma velocidade todavia inferior àquela com que o governo desmente anteriores previsões.
Na melhor das hipóteses, os textos, apresentações, o que quer que se receba, já perdeu o nome do autor original nos sucessivos "forwards". Afinal, não é só na Comunicação Social que o trabalho de indicar a fonte não merece a chatice... No pior, já vimos a mensagem anteriormente, mas de outra forma, porque alguém acrescentou um ponto ao conto.

Não sei se será o caso do texto aqui em baixo porque, mais uma vez, não indica a origem. Assumindo a contradição, exibo-o, porque merece ser lido. Ao fim e ao cabo, até Deus escreve direito por linhas tortas. Não é necessário ser um crânio em economia para se saber que é verdade, uma verdade bem explicada.
O título do post reproduz o "assunto" do e-mail que mo fez chegar.

Abro aspas:


QUE É O BCE?
- O BCE é o banco central dos Estados da UE que pertencem à zona euro, como é o caso de Portugal.

E DONDE VEIO O DINHEIRO DO BCE?
- O dinheiro do BCE, ou seja o capital social, é dinheiro de nós todos, cidadãos da UE, na proporção da riqueza de cada país. Assim, à Alemanha correspondeu 20% do total. Os 17 países da UE que aderiram ao euro entraram no conjunto com 70% do capital social e os restantes 10 dos 27 Estados da UE contribuíram com 30%.

E É MUITO, ESSE DINHEIRO?
- O capital social era 5,8 mil milhões de euros, mas no fim do ano passado foi decidido fazer o 1º aumento de capital desde que há cerca de 12 anos o BCE foi criado, em três fases. No fim de 2010, no fim de 2011 e no fim de 2012 até elevar a 10,6 mil milhões o capital do banco.

ENTÃO, SE O BCE É O BANCO DESTES ESTADOS PODE EMPRESTAR DINHEIRO A PORTUGAL, OU NÃO? COMO QUALQUER BANCO PODE EMPRESTAR DINHEIRO A UM OU OUTRO DOS SEUS ACCIONISTAS ?
- Não, não pode.

PORQUÊ?!
- Porquê? Porque... porque, bem... são as regras.

ENTÃO, A QUEM PODE O BCE EMPRESTAR DINHEIRO?
- A outros bancos, a bancos alemães, bancos franceses ou portugueses.

AH, PERCEBO, ENTÃO PORTUGAL, OU A ALEMANHA, QUANDO PRECISA DE DINHEIRO EMPRESTADO NÃO VAI AO BCE, VAI AOS OUTROS BANCOS QUE POR SUA VEZ VÃO AO BCE.
- Pois.

MAS PARA QUÊ COMPLICAR? NÃO ERA MELHOR PORTUGAL OU A GRÉCIA OU A ALEMANHA IREM DIRECTAMENTE AO BCE?
- Bom... sim... quer dizer... em certo sentido... mas assim os banqueiros não ganhavam nada nesse negócio!

AGORA NÃO PERCEBI!!..
- Sim, os bancos precisam de ganhar alguma coisinha. O BCE de Maio a Dezembro de 2010 emprestou cerca de 72 mil milhões de euros a países do euro, a chamada dívida soberana, através de um conjunto de bancos, a 1%, e esse conjunto de bancos emprestaram ao Estado português e a outros Estados a 6 ou 7%.

MAS ISSO ASSIM É UM "NEGÓCIO DA CHINA"! SÓ PARA IREM A BRUXELAS BUSCAR O DINHEIRO!
- Não têm sequer de se deslocar a Bruxelas. A sede do BCE é na Alemanha, em Frankfurt. Neste exemplo, ganharam com o empréstimo a Portugal uns 3 ou 4 mil milhões de euros.

ISSO É UM VERDADEIRO ROUBO... COM ESSE DINHEIRO ESCUSAVA-SE ATÉ DE CORTAR NAS PENSÕES, NO SUBSÍDIO DE DESEMPREGO OU DE NOS TIRAREM PARTE DO 13º MÊS.
As pessoas têm de perceber que os bancos têm de ganhar bem, senão como é que podiam pagar os dividendos aos accionistas e aqueles ordenados aos administradores que são gente muito especializada.

MAS QUEM É QUE MANDA NO BCE E PERMITE UM ESCÂNDALO DESTES?
- Mandam os governos dos países da zona euro. A Alemanha em primeiro lugar que é o país mais rico, a França, Portugal e os outros países.

ENTÃO, OS GOVERNOS DÃO O NOSSO DINHEIRO AO BCE PARA ELES EMPRESTAREM AOS BANCOS A 1%, PARA DEPOIS ESTES EMPRESTAREM A 5 E A 7% AOS GOVERNOS QUE SÃO DONOS DO BCE?
- Bom, não é bem assim. Como a Alemanha é rica e pode pagar bem as dívidas, os bancos levam só uns 3%. A nós ou à Grécia ou à Irlanda que estamos de corda na garganta e a quem é mais arriscado emprestar, é que levam juros a 6, a 7% ou mais.

ENTÃO NÓS SOMOS OS DONOS DO DINHEIRO E NÃO PODEMOS PEDIR AO NOSSO PRÓPRIO BANCO!...
- Nós, qual nós?! O país, Portugal ou a Alemanha, não é só composto por gente vulgar como nós. Não se queira comparar um borra-botas qualquer que ganha 400 ou 600 euros por mês ou um calaceiro que anda para aí desempregado, com um grande accionista que recebe 5 ou 10 milhões de dividendos por ano, ou com um administrador duma grande empresa ou de um banco que ganha, com os prémios a que tem direito, uns 50, 100, ou 200 mil euros por mês. Não se pode comparar.

MAS, E OS NOSSOS GOVERNOS ACEITAM UMA COISA DESSAS?
- Os nossos Governos... Por um lado, são, na maior parte, amigos dos banqueiros ou estão à espera dos seus favores, de um empregozito razoável quando lhes faltarem os votos.

MAS ENTÃO ELES NÃO ESTÃO LÁ ELEITOS POR NÓS?
- Em certo sentido, sim, é claro, mas depois... quem tem a massa é quem manda. É o que se vê nesta actual crise mundial, a maior de há um século, para cá. Essa coisa a que chamam sistema financeiro transformou o mundo da finança num casino mundial, como os casinos nunca tinham visto nem suspeitavam, e levou os EUA e a Europa à beira da ruína. É claro, essas pessoas importantes levaram o dinheiro para casa e deixaram a gente como nós, que tinha metido o dinheiro nos bancos e nos fundos, a ver navios. Os governos, então, nos EUA e na Europa, para evitar a ruína dos bancos tiveram de repor o dinheiro.

E ONDE O FORAM BUSCAR?
- Onde havia de ser!? Aos impostos, aos ordenados, às pensões. De onde havia de vir o dinheiro do Estado?...

MAS METERAM OS RESPONSÁVEIS NA CADEIA?
- Na cadeia? Que disparate! Então, se eles é que fizeram a coisa, engenharias financeiras sofisticadíssimas, só eles é que sabem aplicar o remédio, só eles é que podem arrumar a casa. É claro que alguns mais comprometidos, como Raymond McDaniel, que era o presidente da Moody's, uma dessas agências de rating que classificaram a credibilidade de Portugal para pagar a dívida como lixo e atiraram com o país ao tapete, foram... passados à reforma. Como McDaniel é uma pessoa importante, levou uma indemnização de 10 milhões de dólares a que tinha direito.

E ENTÃO COMO É? COMEMOS E CALAMOS?
Isso já não é comigo, eu só estou a explicar...

14.11.12

Censura no Facebook!

Andam a apagar à malta nos murais do facebook este texto!
Sinceramente já vi, e, escrevi coisas mais flagrantes no FB, mas visto terem-mo censurado, tal qual a outros amigos e amigas, aqui vos deixo para que não desapareça da net:

AQUILO QUE HOJE SE PASSOU, DO PONTO DE VISTA DE UM MANIFESTANTE PACÍFICO:
Para que não vinguem as mentiras da Administração Internas aqui têm o meu relato do que realmente se passou em frente à assembleia.
Sim, é verdade que cerca de 20 a 30 pessoas passaram mais de uma hora a atirar petardos, pedras e garrafas à polícia. Por essa razão, os outros 99% de CIDADÃOS PACÍFICOS mantiveram a devida dis
tância, para nem serem confundidos nem fazerem parte da acção de alguns animais. A certa altura, as pessoas perceberam que algo se estava a passar. Demasiadas movimentações de polícia na Assembleia demasiado organizadas.
Cá em baixo, numa das laterais um grupo de polícia à paisana abandona rapidamente a manifestação. Mais tarde, as televisões diriam que as pessoas foram avisadas para dispersar. Cá de baixo, posso-vos dar uma certeza, nenhuma pessoa com uma audição normal ouviu um único aviso.
A polícia disparou cerca de 4 a 6 petardos pela manifestação e carregou. Como estávamos todos bem afastados, os CIDADÃOS PACÍFICOS não fugiram. Mas quando vi um pai a fugir com o filho no colo e a levar bastonadas percebi que quem estava atrás das viseiras já não eram pessoas.
Fugimos, mas por mais rápidos que tentássemos ser, eram pessoas a mais para conseguirem ser mais rápidas que a polícia. Felizmente não recebi carga, infelizmente porque atrás de mim tinha um escudo humano a tentar fugir. Ao meu lado, um senhor tentava fugir com a mulher de cerca de 50 anos, que chorava com a cara cheia de sangue. Não, esta senhora não levou com pedras dos manifestantes. Esta senhora estava cá atrás. Esta senhora levou com um cassetete.
Fugimos para uma rua afastada, onde pensávamos estar todos seguros e mostrar à polícia que não queríamos estar na confusão, nós os CIDADÃOS PACÍFICOS. Nada nos valeu, pois a polícia perseguiu as pessoas pelas várias ruas em redor da Assembleia, carregando em todos. O que me safou foi uma porta aberta de um prédio, onde me refugiei com mais 8 CIDADÃOS, incluindo jornalistas da Lusa. O que lá fora se passava era incrível. Uma senhora de idade que chegava a casa tentava entrar no seu prédio mas a polícia gritava-lhe para que descesse a rua.
Só mais de 30 minutos depois conseguimos sair e o que mais me impressionou foi a quantidade de sangue que havia pelos passeios, bem longe da Assembleia.
NÃO ACREDITEM EM MENTIRAS. ERA POSSÍVEL NÃO TER PERSEGUIDOS CIDADÃOS PACÍFICOS QUE FUGIAM POR RUAS AFASTADAS MAIS DE 200 METROS DA ASSEMBLEIA.
Mesmo quando estava “barricado” no prédio, mesmo com a porta fechada tive, pela primeira vez, muito medo da polícia.
O que sinto agora não é nem raiva, nem revolta. É um vergonha enorme e uma imensa e profunda TRISTEZA.
É assim que se tira a vontade ao povo civilizado de se manifestar. Tira-se-lhe a esperança.
 Não meto nome do autor porque não consegui recuperar o nome após a primeira partilha no facebook só o texto, assim que achar o nome meto.

Manifestação Greve Geral em Setúbal
















29.10.12

Promover Tróia... com imagens das Mouriscas


Está no "Expresso", a embelezar um daqueles artigos promocionais que pretendem passar por jornalismo, "'Nova Tróia' à Conquista de Turistas". Abro o filme... "Mas são as Mouriscas!"
Até as fotografias da apresentação incluem imagens das Mouriscas, só os edifícios "hoteleiros" e as ruínas romanas são em Tróia. 
O comentário no jornal:

"As Mouriscas não são Tróia!
 Todas as imagens do filme são da outra margem do Rio Sado, a maioria das Mouriscas. Os primeiros planos do filme são do Moinho de Maré das Mouriscas, dos sapais e salinas que o rodeiam, na Freguesia do Sado, Setúbal. As espécies de aves podem ser observadas a "olho nu". Se levar binóculos, e deslocar-se cuidadosamente ao longo das salinas das Mouriscas, poderá ver outras mais recatadas, e até os flamingos do Sado. Ocorreu há bem pouco tempo um evento ligado à observação de aves na zona.
Assim, se for do norte e ficou interessado, não terá de passar para o outro lado do Rio Sado e pagar a exorbitância que lhe pedem pelo bilhete no "ferry", fique em Setúbal: O peixe é de "zona demarcada" e os alojamentos são mais baratos.
Ah! Infelizmente ainda temos aquela cratera enorme que a Secil (cimenteira) nos fez na Serra da Arrábida. Sorte a sua, só a verá de Tróia. Mais uma vez, não acredite no anterior promocional do "Tróia Resort" que a fez desaparecer digitalmnte."

28.10.12

Gente sem dentes não morde

 Governo suspende novos cheques-dentista a crianças e jovens (link para o jornal "Público")

Procurei e encontrei: "Projecto de Lei Nº 86/X, Consagra a Integração da Medicina Dentária no SNS e a Carreira dos Médicos Dentistas ",  apresentado pelo BE em 12 de Maio de 2005. Foi "chumbado" pela maioria absoluta do PS aliado à Direita. Em 22-02-2006, o "DN" dava conta: o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, considera os projectos [havia também um do... PP!] que visam criar uma carreira de médico dentista "estão fora de moda, num momento em que a saúde caminha para outro tipo de vínculos laborais, como o contrato individual de trabalho". Depois foi criado o "cheque" pelo PS. Desde aí já muita gente ficou sem dentes e muita empresa engordou.
No Parlamento da Madeira o BE apresentou projecto idêntico, igualmente chumbado pelo PSD de Jardim.

Falta de dentistas? Os dentistas emigram ou são os precários de quem tem dinheiro para montar consultórios.

Ainda no "Público", 27 de Outubro deste ano, reproduz-se a afirmação do (ainda) bastonário da Ordem dos Médicos Dentista, Orlando Monteiro da Silva, à Agência Lusa, preocupado com a redução dos cheques "é fundamental que este programa se mantenha porque é uma área que não tem alternativa nenhuma no âmbito do Serviço Nacional de Saúde no Continente".
Não há saco que guarde tanta hipocrisia!

“E agora vai ser novamente roubada”.

Uma septuagenária vítima de assalto teve de esconder que este foi o motivo da agressão que a levou ao Hospital de Vila Franca de Xira para não pagar 108 euros, além da taxa moderadora.
Jorge Santos, filho de uma idosa que foi agredida durante um assalto no dia 12, em Vila Franca de Xira, contou à Lusa que, quando chegou ao hospital para inscrever a mãe, um funcionário lhe disse: “E agora vai ser novamente roubada”.
Ler o resto (link para o jornal "i")

16.10.12

Cerco a S. Bento: "O Povo Unido Jamais Será Vencido"


Lisboa, 15 10 2012 from Andre Matos Cardoso on Vimeo.

A televisão deles.

20h18, RTP1: Este é do governo.

20h18. TVI: Esta é do governo.

20h19, SIC: Este também é do governo.


E depois há os que acumulam:
Na SIC, às 20h00...

... e uma hora depois na TVI. Este não é do governo mas por lá anda.




O que distingue a Democracia da Ditadura?
Entre outras coisas, na Ditadura só aparece gente ligada ao governo na televisão.

É por isso que temos muitos canais de televisão,
não vá a democracia falhar à ditadura.