(Um comentário aos comentários de um comentário de Daniel Oliveira no "Expresso")
Retrato: Quando a mensagem não me agrada, fogo sobre o mensageiro. Que arda, para que a realidade não me queime os olhos. Que arda, obliterada pela minha opinião de destruição maciça. Que o meu comando de fogo ecoe nas gargantas de todos os exaltados das mesas de café deste país: "Eles são todos iguais!".
Realismo: E depois, depois votar naqueles que tirei quando lá pus estes. Para que o “pus” não rebente, antes o furúnculo que a incerteza da cura.
Memória: Nada que me lembre a minha culpa, o meu voto, vale a minha atenção. Memória? Só a de rédea curta, vazia.
Memória, ainda mais curta: A história desta crise começou com Sócrates. Sim, antes era o Verbo… talvez a espada de cinco quilos de D. Afonso Henriques, mas tal não está cientificamente provado.
Efabulação: O candidato Cavaco é “o candidato” (não é o candidato do PSD e do CDS), o anátema é de Manuel Alegre “o candidato do PS e BE”, de Francisco Lopes “ candidato do PCP”. Fernando Nobre (chatice...) o candidato com raiva de ser candidato?
Lógica: O candidato Alegre é militante do PS, o PS apoia (?) Alegre, Sócrates é do PS... logo Louçã apoia Sócrates.
Noves fora, nada: A culpa disto é do Louçã.
Meteorologia: Em Portugal a chuva tem grandes intervalos, todos bem preenchidos de nevoeiro.
Metáfora: De cima das nuvens negras que fabricara, o rei prometeu aos habitantes de Amnésia o sol ao fim do caminho chuvoso e trovejante. Foi ouvido novamente. O mastigar ensurdecedor do abismo testemunha-o.
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