17.12.10

Ensino Privado

Nestas coisas das viagens marítimas é importante investir num preço de bilhete mais caro, na classe exclusiva. Além da qualidade óbvia do serviço, tem-se prioridade no acesso aos salva-vidas. Devido ao número reduzido de lugares disponíveis nas pequenas embarcações de recurso, é importante que haja um selecção rigorosa dos passageiros. A forma mais democrática de o fazer é através do preço, sob pena de banalizar a classe exclusiva e baixar a qualidade do serviço. Quem serviria a classe executiva se fossem todos executivos? E que sentido faria um navio que desafiasse a lei natural das coisas ao não ter gente a viajar no porão? Quem pagaria todo esse monstruoso espaço vazio debaixo dos nossos pés, os que já fazem sacrifícios para pagarem a classe executiva? E mais: quem satisfaria as expectativas dos tubarões acaso o navio se afundasse?

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