2.5.09

À procura de uma estalada sem sair decepcionado.

Post baseado na opinião manifestada na caixa de comentários do "Arrastão" a propósito da agressão ao candidato Vital Moreira na manifestação do 1º de Maio. Tratou-se de uma opinião a quente sobre o assunto, está escrita. Mas reitero: apesar de não ter dúvidas que o sectarismo do PCP é uma constante na sua prática política e que esta não dirige em exclusivo aos "inimigos dos trabalhadores", também não tenho dúvidas que Vital Moreira encontrou o que ia buscar.
Nota: o texto que se segue foi editado. Continha inclusive uma confusão entre Dias Loureiro e Ângelo Correia, este sim o autor da célebre "insurreição dos pregos" de 1982.

Qual foi a tónica do discurso de Carvalho da Silva?
Alguém se lembra? Não? Funcionou.
Não tenho dúvidas que o PCP é sectário politicamente, mas daí a responsabilizar o PCP pelo cena de hoje vai uma grande distância.
Podem acusar o PCP de criar o “caldo de cultura” para a ocorrência, e o caldeirão onde ferve a raiva pelo que o PS está a fazer aos trabalhadores, esse não conta?
Está bem, o Vital Moreira este ano foi ao 1º de Maio, está no seu direito. Como esteve no seu direito de não ter posto lá os pés nos anos anteriores.
É pena que alguém não tenha contido a raiva, ou simplesmente tenha feito o papel de idiota-útil para o cortejo de Vital e das câmaras que arrastava consigo - seriam as mesmas do Magalhães?
Não desculpo os impropérios agressivos aos candidato do PS, no mínimo porque lhe fizeram o jogo. O senhor já mostrou com os seus apartes que tipo de campanha vai fazer. Ele é um provocador.
Liguemos as coisas.
Aquela da manifestação da UGT parar 40 minutos devido a uma mala suspeita, tudo junto, mais a agressão ao Vital. Uma situação ocorrida hoje que só deu razão às afirmações do primeiro-ministro quando, refugiado numa ilha do Atlântico em “viagem de Estado”, se referiu às pessoas que participaram na última grande manifestação nacional.
Desculpem. É que me lembro do buraco na porta do apartamento de Torres Couto, a tal “bomba” por que pagaram os que criticavam esse “dirigente dos trabalhadores”- estúpidos de merda que só fazem bombas que estoiram na comunicação social!
E dos pregos da greve geral de 1982 nas mãos de Ângelo Correia.
E da estalada ao Mário Soares na Marinha Grande. Empresas fechadas e muita vontade de comer (não havia fome, dizia o homem quando era primeiro-ministro) e lá foi ele onde a igreja dizia o contrário. Uma estalada e foi presidente.
Anos depois alguém reconheceu que a estalada foi fabricada. Mas os suspeitos do costume não deixaram de pagar pelo acto.
Não tenho dúvidas que a prática política do PCP faz jeito a muita gente, mas daí a ter incendiado o Reichtag vai uma longa distância.
Se Vieira da Silva, o ministro das empresas de trabalho temporário, aparecesse numa manifestação de precários e despedidos pelo seu código de trabalho, eu mandava-o para o caralho. E depois, que faziam? Culpavam o Louçã?

Sem comentários: