27.12.06

Volkswagen: para a burocracia laboral o que é nacional é que é bom.

A adminstração da Volkswagen prapara o fecho da sua fábrica em Bruxelas, na Bélgica.
Perante a ameaça, cerca de 20.000 pessoas - bem mais do que aquelas que trabalham na fábrica - juntaram-se numa manifestação contra os despedimentos.

A esta manifestação juntaram-se representantes de sindicatos e comissões de trabalhadores de outros países, nomeadamente da Alemanha. Depois das juras de solidariedade de ocasião, de manifestação, vem-se agora a saber que cada uma das burocracias laborais nacionais tem vindo a negociar com as respectivas administrações a perda de regalias para competir com as fábricas nos outros países.

Em nenhum caso os burocratas procuraram discutir uma resposta internacional dos trabalhadores do grupo alemão à tentativa da administração de maximizar os lucros à custa da chantagem e da redução de direitos.
Contando com o "nacionalismo" dos burocratas, a Volkswagen tem vindo a incrementar uma cultura de competição entre a Classe Trabalhadora do grupo, virando os operários uns contra os outros.

Eis um exemplo de que não é só a estalinização dos sindicatos e das comissões de trabalhadores que tem enterrado os trabalhadores. Os sociais-democratas de todas as matizes, do mais rosa ao mais avermelhado, não são melhores, conforme se pode ver neste e noutros artigos que se podem ler no World Socialist Website .

Perante a globalização dos ataques aos direitos, os trabalhadores têm de globalizar a solidariedade e as suas formas de luta. Mas, está visto, não é com estas "doenças venéreas da classe operária" que o vão conseguir. A Classe Trabalhadora está em crise.

3 comentários:

miguel disse...

a estalinização dos sindicatos é muita bom! ainda bem que a comissão de trabalhadores foi intransigente!

CausasPerdidas disse...

O estalinização dos sindicatos dos sindicatos, sim: confundir a organização independente dos trabalhadores com o partido.
Não são a mesma coisa.
É por esta razão que o PCP foi e é contra o Direito de Tendência e tudo faz para controlar de cima abaixo os sindicatos - mesmo que isso signifique o esvaziamento dos sindicatos e o empurrar de trabalhadores para os braços dos divisionistas da UGT.
Quanto às Comissão de Trabalhadores: podem ter posições com as quais não concordo, mas são as posições votadas pelos trabalhadores.
Prefiro estar em minoria e lutar contra uma posição errada da comissão de trabalhadores num plenário do que ser obrigado a suportar uma posição emanada de outros órgãos que não os da classe.
É o Partido que tem valor intrumental e não a Classe.
A forma estalinista de encarar a relação entre o Partido e a Classe levou àquilo que eu considero a maior derrota histórica do proletariado mundial: a degenerescência e autofagia da União Soviética.
Quanto aos sociais-democratas, continuam a fazer o que sempre fizeram: a esvaziar a política de qualquer conteúdo de classe.

miguel disse...

acabei de escrever uma resposta ...
mas acho que isto avariou. esta migração do meu user account para google tem trazido alguns problemas..

de qualquer das formas, agora não tenho tempo, mas voltarei a erguer a resposta.

um abraço!