
Tudo isto porque no diferendo entre a Transado e a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS), a propósito de uma dívida que a empresa reclama, o não pagamento dos salários aos seus trabalhadores foi a forma que a transportadora escolheu para pressionar a APSS.
A greve chegou ao fim, com um desfecho que para já agrada aos trabalhadores: vão receber o seu salário bem como parte dos anteriores que ficaram em dívida.
Por enquanto, até uma nova empresa do grupo de Belmiro de Azevedo, a Atlantic Ferries, tomar possa da travessia, a Transado vai ficar a operar sob o controlo da APSS.
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II. Já se vai tornando normal neste país que os patrões não paguem salários, da invocação da "crise" até à pressão para despedimentos, tudo serve.
Se houvesse um governo que estivesse minimamente interessado na defesa dos direitos de quem trabalha, patrão que devesse salários nunca mais formaria "empresa" nenhuma. Lirismo? Não: quando alteraram a lei do pós-25 de Abril de 1974 que fazia dos trabalhadores os primeiros credores em caso de falência sabiam bem o que faziam.
Sempre, sempre ao lado dos exploradores é a política dos governantes. Os trabalhadores conscientes, pelo contrário, têm a obrigação de apoiar os seus irmãos de classe que lutam pelo seu salário.
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