Jardim conseguiu convencer o eleitorado de que o "continente" estava a retirar dinheiro ao arquipélago, apostou na vitimização e ganhou. Já se esperava: com a comunicação social madeirense perfeitamente domesticada e o jornalismo continental preocupado com fait-divers não lhe foi difícil vender a ideia.
E como por aqueles lados questionar de onde vem e para onde vai o dinheiro também não é um hábito, valeu tudo. Até uma campanha feita com a "farda" de presidente do governo regional a inaugurar tudo o que pudesse ser inaugurado - mesmo obras do governo central.
Parece que à maioria do eleitorado da Madeira não interessa saber quem paga as facturas da orgia despesista que tem engordado os caciques locais do PSD.
Parece que desde que lhes caiam uma migalhas em cima da mesa e, sei lá, que haja mais um reforço para o Marítimo da próxima época...
Quando é verdade que os indicadores sociais não abonam a favor da qualidade do seu voto.
De qualquer forma, como dizem alguns pouco exigentes para quem basta uma urna para haver democracia, "é a sua decisão e deve ser respeitada". Como a de um jogo decidido por uma grande penalidade inventada pelo árbitro, diz-se por aqui.
José Sócrates, por seu turno, nem apareceu nas ilhas para dar ânimo aos seus correlegionários. Como secretário-geral do PS desertou ao fugir de defender a sua Lei das Finanças Regionais.
Um aparte gráfico:
perante os argumentos imbecis do inqualificável Luís Delgado
apoiante-mor de tudo o que não tem classificação.
Post Scriptum: Para além da descida vertiginosa do PS, outro dado destas eleições regionais é a derrota do PP de Paulo Portas que viu o seu partido ser ultrapassado pelo PCP que se tornou o terceiro partido regional - apesar de manter o número de deputados.
O Bloco de Esquerda madeirense, que descende de uma corrente com tradições de luta na Madeira e que já teve mais importância eleitoral que o PCP local, tem um mau resultado. Apostou em conseguir mais um deputado para fazer “um grupo parlamentar” e acaba por descer a sua votação.
A novidade foi constituída pelos PND e MPT: até agora sem representação parlamentar, estes partidos elegem um deputado cada. A comunicação social afirma que foi por conta do "prestígio" dos cabeças de lista.
1 comentário:
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