13.7.06

Gostava que estivesses aqui.


Então, então pensas que consegues distinguir o céu do inferno, céus azuis da dor. Consegues distinguir um campo verde de um trilho gelado de aço? Um sorriso de um véu? Pensas que consegues distinguir?

Fizeram-te trocar os teus heróis por fantasmas?
Cinzas quentes por árvores? Ar quente por uma brisa fresca?
Conforto frio por mudança? E trocaste
a participação na guerra por um papel principal numa jaula?

Como eu gostava, como eu gostava que estivesses aqui.
Somos apenas duas almas perdidas a nadar num aquário,
ano após ano,
correndo através do mesmo velho chão. Que encontrámos?
Os mesmos velhos medos,
Gostava que estivesses aqui.

Tentativa de tradução de “Wish You Were Here”
(David Gilmour e Roger Waters, 1975)


Morreu Syd Barrett, fundador dos Pink Floyd, tinha 60 anos.
Soube-o ontem, as notícias disseram que ele
“morrera serenamente há uns dois dias”.

muito afastado de contactos com o público, Syd Barrett
não participava nos Pink Floyd quando o grupo
foi “consagrado” depois de trabalhos
como
“ Dark Side Of The Moon” (1973).

Natural de Cambridge, Inglaterra, foi lá que conheceu
os futuros membros marcantes dos Pink Floyd,
Roger Waters e David Gilmour.

A ficha técnica dos dois primeiros álbuns dos Pink Floyd,
“The Piper At The gates Of Dawn” (1967) e “Sarceful Of Secrets” (1968),
não deixa dúvidas de quem era a inspiração principal do grupo,
que a maioria esmagadora das composições tem o nome de Syd Barrett.

Os alucinogénios, droga da moda no final dos anos 60,
à mistura com uma doença incapacitaram-no de participar na vida do grupo.
Afastado da banda desde 1968, diz-se que visitou os antigos companheiros
quando estes gravavam o “Wish You Were Here” (1975) e eles não o reconheceram
– curiosamente este álbum acaba por ser considerado como uma homenagem a Syd Barrett.

Apesar da ausência de Barrett, sente-se ainda o seu brilho
em discos como “Ummagumma” (1969), “Atom Heart Mother” (1970)
e “Meddle” (1971). A parte menos conhecida mas mais estimulante dos Pink Floyd.

Syd Barrett deixou dois álbuns a solo, “Madcap Lauds” (1970)
e “Barrett” (1970), há ainda várias colectâneas onde se podem
encontrar versões diferentes e inéditos.

No céu brilha mais uma estrela, um “diamante louco”.


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