28.7.15

Os media e a promessa da devolução da sobretaxa do IRS em 2016



Faz lembrar aquela daquele que comprou uma "cautela" e antes mesmo de "girar a roda" anunciou que já tinha destinado parte do dinheiro para comprar um carro de uma marca de prestígio, o que gerou uma discussão tremenda à volta da mesa pouco farta da família sobre quem teria o privilégio de ir sentado no banco do pendura, "Ou calam-se ou ponho toda a gente fora do carro!".




Andamos há mais de uma semana a ver as televisões darem uma notícia sobre algo que não ocorreu e a ouvir comentários ("especializados", claro está) sobre uma matéria cuja probabilidade de se tornar realidade é mais sondável numa bola de cristal de uma barraca de feira do que na mente dos economistas engajados dos canais televisivos.



Perder a casa e a família porque se perdeu o salário não é notícia, mas passa-se diariamente. Como antes de Abril de 1974, não há suicídios a não ser que tragam pormenores picantes. Não é inocente, em Espanha elegeram-se candidatos que cresceram na luta contra esta realidade. É preciso explicar? Mais vale passarem aquela do "desempregado que se tornou empreendedor", não interessa se o negócio seja transformar em quadrado as cabeças redondas dos alfinetes. Optimismo, precisa-se. Eles nunca aparecerão para saber como está o negócio, nunca se saberá que o "empreendedor" ficou sem casa porque não conseguiu pagar a mensalidade das máquinas ao banco e que o seu empreendimento acabou numa rua da Suíça.



Os jornalistas (para não ser "generalista", os média) aprestam-se a serem megafones dos "spin doctors" do governo, isso tira-lhes a credibilidade. Nas televisões, nada de novo, já é tradição como aquele anúncio incontornável do "Cálcio...". O drama é que já nem a Imprensa nos "faz pensar" e nos livra do "tsunami" pré-eleitoral do governo.



Francamente, há mais notícias na Internet. Há é que ter o trabalho de "seleccionar" e de "indagar fontes". À laia de sermos nós a mudar o óleo ao carro porque o mecânico é aldrabão.

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