24.9.10

"Hillary choca América com mola de plástico", notícia do "Expresso".

Foi o "Times" de Londres" que deu a notícia, vocês sabem que nós jamais falaríamos destas coisas neste jornal de referência se o "Times" de Londres, outro jornal de referência, não tivesse falado do penteado de Hillary Clinton.

Os jornais de referência têm por tradição copiar as referências dos outros jornais de referência para que nós não percamos as nossas referências.

Que o "Times" se tenha lembrado de ajustar contas com o cabelo de Hillary Clinton devido a declarações antigas da chefe da diplomacia americana já diz alguma coisa sobre as águas em que navega o "jornalismo de referência" britânico.

O jornalismo já não é o que era, dizem. O jornalismo "era", digo eu. Aconselho os mais saudosos a vencerem a realidade: Leiam os jornais e vejam os noticiários como se fossem "blogs", concedendo-lhes a credibilidade idêntica àquela que emprestam a esses sítios de opiniões e humores; divirtam-se, ou nem tanto, ressalvando sempre que a coisa for séria a necessidade de confirmarem várias "fontes", "googlem", os jornalistas deixaram de o fazer por vocês; Ah! E não acreditem numa notícia só porque ela confirma os vossos "a priori"... E, sobretudo, desfrutem da forma como se escreve, se mostra e se diz. Não há mais nada para espremer. Publicidade, notícias, notícias e publicidade, publicidade e notícias.

"The show must go on". A ditadura da forma, "substrato" zero, o info-entretenimento deixa o circo sem explicação. Metam esta na cabeça: Não há nada para explicar que vocês tenham de entender, o que precisais de entender jamais vos explicarão. "Googlem"!

Afinal o que é que a senhora disse acerca da "Paz Mundial"?

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