Sócrates enfiou a cabeça no interior de um canhão e descobriu a pólvora:
"Sócrates: estratégia europeia contra alterações climáticas passará pelo carro eléctrico" (link para o jornal Público)
Será que o engarrafamento da capital será "mais ecológico" se for feito com carros eléctricos?
Ao invés, falemos de comboios.
Os comboios poderiam resolver grande parte do problema do transporte de mercadorias e passageiros deste país, se se investisse a sério nos caminhos-de-ferro. Se não se fizesse o costume, entregar a coisa à voragem do negócio. Sócrates confirma, é um sucedâneo sócio-liberal do liberal-sócio Cavaco: um só viu autoestradas e promoveu o endividamento pelos carros (os "burros" da Irlanda preocupavam-se com o ensino e infraestruturas) e Sócrates completa-o neste desígnio nacional pelo alcatrão.
Na Margem Sul, há uma empresa que monopoliza os comboios e os autocarros do "deserto".
O caso da Fertagus: os tais comboios modernos que ligam Setúbal a Lisboa e que têm um horário que garante longas esperas ou um regresso de táxi a qualquer setubalense que se arrisque a ir ao teatro ou ao cinema a Lisboa; os tais comboios que iriam "reduzir o tráfego automóvel da Margem Sul para Lisboa" e que até teriam - calcule-se! - "parques gratuitos" para os passageiros deixarem o carro. Parques que acabaram pagos e vazios, com os carros dos "clientes" nos acessos e em cima dos passeios em redor.
Com tanto carro eléctrico, a seguir vem uma central nuclear para os alimentar...
O défice energético do país deve-se à dependência do petróleo e esta dependência tem a percentagem maior ligada aos combustíveis consumidos nos transportes. Poupar e utilizar bem a energia.
Apostar nas renováveis para produzir electricidade, aproveitando tudo, da biomassa, à solar, intervindo no mercado para baixar o preço do aquecimento solar da água - ainda escandalosamente caro. Diversificar e descentralizar os centro de produção de energia, mais pequenos e próximos baixam as perdas e o custo do transporte.
Aproveitar tudo, reutilizar tudo. É por aí que se deve atacar, e sobretudo poupar dinheiro apostando em transportes colectivos de última geração, cómodos e que funcionem de acordo com a vida das pessoas e não da rentabilidade a qualquer curso. Por outro lado: o dinheiro cobrado em portagens devia servia para financiar os transportes colectivos e não para engordar os accionistas.
Este país não tem uma rede de transportes colectivos articulada, esta é a verdade.
Este país podia ser bem melhor, não tivessem os governantes brincado demasiado ao "Monopólio" quando ainda eram mais "piquenos".
Nota:
"Sócio-liberal"= liberal com interesses associados.
"Liberal-sócio"= a mesma coisa mas de outra cor.
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