14.8.09

“Setúbal foi muito má madrasta para nós”

Notícia publicada em "O Setubalense"

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Clube de Aeromodelismo troca Setúbal por Palmela

O Clube de Aeromodelismo de Setúbal (CAS) está a mudar-se de “armas e bagagens” para Palmela, implicando a mudança de nome para Clube de Radiomodelismo de Palmela. Os dirigentes lamentam a “falta de apoios” na cidade, que dizem ter encontrado na vizinha vila.

“É com muita tristeza que decidimos sair da nossa cidade para Palmela, mas chegámos ao ponto de não ter outra solução; ou morríamos, ou continuávamos a trabalhar em prol da sociedade.” A revelação, num misto de desabafo e desilusão, é do presidente do Clube de Aeromodelismo de Setúbal (CAS).

A última sede social do CAS foi em Vale de Cobro, no local onde agora existe o posto de abastecimento de combustíveis. “Sabíamos que estávamos provisoriamente e, há cerca de um ano, o ‘Jumbo’ instalou ali as bombas. Ainda sugerimos montar um pré-fabricado na lateral das bombas, mas a Câmara não autorizou, e esse espaço não passa agora de lixeira,” refere Domingos Flores.

A Câmara disponibilizou instalações sociais no bairro da Bela Vista, mas nunca foi hipótese admitida. “Por vezes, funcionamos fora de horas de expediente, mobilizamos jovens, e sabe-se da falta de condições que a zona oferece, até pela experiência das entidades/instituições lá radicadas,” atira o dirigente.

Sem o mínimo de condições para a prática do aeromodelismo, o clube diz ter chegado a um “beco sem saída”, na continuação de actividade na terra onde nasceu, há 27 anos. “Sem sede e sem pista, não podemos continuar. A nossa missão é fazer voar os aparelhos, mas também temos um cariz social e didáctico, porquanto damos formação prática e teórica à miudagem que nos procura,” defende Domingos Flores.

“Esta direcção está desiludida depois de todo este trabalho. Elevámos o CAS a um lugar de destaque nacional, num universo de 80 clubes de aeromodelismo, dos quais recebemos reconhecimento. Só na nossa terra, é o que se tem visto…”, desabafou, ainda, Domingos Flores.

De resto, independentemente da futura sede naquele concelho, o ainda CAS está a ultimar a sua pista, de 200 metros de comprimento, cedido a título provisório, perto do Kartódromo Internacional (KIP), pelo seu proprietário, antigo praticante de aeromodelismo. Quanto à necessária reformulação, está em curso a criação de estatutos para o futuro clube.

Para além da pista na Sapec, nos primórdios do CAS, nunca mais esta colectividade teve um espaço para treinos e formação em Setúbal. Desde há muito que a alternativa é uma pista, em Poceirão, igualmente cedida graciosamente.

Fundado há 27 anos (em 1982), o CAS é o sócio n.º 4, filiado e fundador da Federação Portuguesa de Aeromodelismo. Os dirigentes garantem que, caso tivessem condições nesta cidade, trariam para cá uma prova de cariz internacional. “Provavelmente, é isso que vai acontecer em Palmela,” alvitrou o dirigente a «O Setubalense».

FILIAL Amanhã, sábado, o CAS vai participar no encontro comemorativo do 1.º aniversário da secção do CAS-Valongo, uma filial do clube setubalense. “Foi um sócio nosso que, fascinado por esta actividade, resolveu fundar um clube em Valongo, por nós apadrinhado,” explicou o líder directivo do CAS. “Por incrível que possa parecer, essa secção de Valongo tem todas as condições, inclusivé uma pista de razoáveis dimensões para a prática deste desporto”, lembra o dirigente, para quem não restam dúvidas: “Setúbal foi muito má madrasta para nós.”

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Artigo assinado por Teodoro João

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