MUDAM-SE OS TEMPOS, MUDAM-SE AS VONTADES...
O Projecto "Nova Setúbal" e o PCP
Agosto de 2008
In Jornal Digital "Setúbal na Rede"
Aprovado protocolo para o plano de pormenor do Bonfim
Foi aprovado por maioria o contrato para o novo plano de pormenor do Bonfim, entre a Câmara Municipal de Setúbal, o Vitória Futebol Clube, a Pluripar e a SadiSetúbal, um acordo considerado pelas partes envolvidas como “muito importante” para a cidade e, sobretudo, para o futuro do Vitória. A bancada do PSD foi a única que se absteve, porque “não era uma proposta qualificadora daquele espaço”, segundo justificou o vereador Paulo Calado.
O documento, que foi submetido a sessão pública da câmara e que, segundo a presidente da câmara, Maria das Dores Meira, serviu para “redefinir a zona do Bonfim e mostrar a rentabilidade do local”, consiste na reconfiguração daquela área, com a transformação de dois lotes em cinco, onde fica prevista a construção de um hotel, de um centro comercial e de zonas habitacionais. A autarca considera que este projecto é uma mais-valia, visto que apresenta “uma melhoria do espaço para a população de uma zona central da cidade”.
Esta era ainda um protocolo considerado como “fundamental” para o futuro do Vitória de Setúbal, tanto pela edil como pelo líder do clube, Luís Lourenço. Com esta operação aprovada, o Vitória poderá encaixar um valor de cerca 15 milhões de euros, verba que possibilitará abater o seu passivo. Era, por isto, uma decisão pela qual o clube “estava na expectativa” e em que “não houve qualquer cedência”, segundo garante o presidente da comissão de gestão. É um projecto onde “todas as partes saem a ganhar”, afirma.
Luís Lourenço só “lamenta o facto de não ter sido uma votação unânime”. O líder sadino aceita a decisão da bancada do PSD, “por vivermos numa democracia”, mas avisa que “o Vitória vai tirar as devidas conclusões” desse acto. Paulo Calado explica a posição do seu partido com o facto de muitas das “explicações dadas” na sessão municipal “não coincidirem com o protocolo apresentado”. O vereador diz-se, no entanto, “tranquilo” por este ser “um mero protocolo, que não põe em causa o plano pormenor”.
O acordo terá ainda que ser submetido à votação dos sócios do Vitória em assembleia-geral, algo que não deixa Luís Lourenço receoso, porque acredita que “todos os vitorianos estão conscientes de que este protocolo é fundamental para a sobrevivência do clube” e, por isso, “não coloca sequer a possibilidade de outro cenário” que não a aprovação. A partir daqui o Vitória, juntamente com a Pluripar e a SadiSetúbal, terá que escolher uma empresa projectista para elaborar o plano, que será depois aprovado pela câmara municipal dentro do quadro legal vigente.
No entanto, todo este processo continuará pendente enquanto o tribunal não se pronunciar acerca da providência cautelar interposta pela Quercus contra o abate de sobreiros no Vale da Rosa, onde irá ser construído o novo estádio do Vitória. Sem o estádio novo, o clube não poderá abandonar o Bonfim, algo que leva o presidente do clube sadino a acusar a Quercus de “fundamentalista”, por “apenas ver o que lhe interessa, sacrificando o resto em redor”. Também a presidente da autarquia critica o comportamento da associação, que considera “extemporâneo”. Maria das Dores estranha a demora em agir da Quercus e apela ao “bom-senso”, visto que “todos os interesses ambientais foram salvaguardados pelo Ministério da Agricultura”.
De facto, os sobreiros vão ser "replantados"... em Vendas Novas.
É uma evidência, os quercus (sobreiros) dão-se mal no Concelho de Setúbal. Mas nem sempre tiveram esta falta de solidariedade:
Março de 2000
In Jornal Digital "Setúbal na Rede"
Complexo desportivo dá origem a nova cidade
CDU torce o nariz ao projecto de Cáceres
Vinte hectares de terreno em Vale da Rosa vão albergar um complexo desportivo municipal composto por um campo de futebol com capacidade para 15 mil pessoas, três campos relvados, uma piscina, um pavilhão, um centro de estágios, restaurantes, ginásios e campos de ténis. São cinco milhões de contos de investimento a par de uma mega-urbanização a construir nos restantes 20 hectares de terreno e a que Cáceres já deu o nome de Nova Setúbal.
A proposta do executivo socialista, aprovada com os votos favoráveis do PSD, foi avançada na última sessão pública da Câmara como sendo uma "oportunidade única" porque, de acordo com o presidente da autarquia, Mata Cáceres, esta é "uma oportunidade que não se repete", podendo mesmo significar a salvação para o Vitória de Setúbal que "poderá usar o complexo se assim o entender". De resto, adiantou que a gestão do complexo desportivo pode mesmo ficar a cargo do clube do Bonfim, uma ideia que agradou de imediato à direcção dos sadinos.
Quanto às verbas a despender no futuro complexo desportivo, cerca de cinco milhões de contos, o autarca adiantou ter já falado com o ministro Fernando Gomes que "referiu a possibilidade de vir a ser enquadrado no recém criado Quadro Comunitário para o Desporto" com um financiamento de cerca de 60%.
Entretanto, os projectos da Câmara de Setúbal parecem não agradar aos vereadores da CDU que, apesar de defenderem a criação de um complexo desportivo municipal, consideram que o Plano Director Municipal de Setúbal deve ser revisto para prever a localização dos equipamentos necessários à população. A reivindicação foi feita depois de terem sido "confrontados" com a decisão de elaborar um Plano de Pormenor para a alteração do uso do solo na zona industrial de Vale da Rosa "sem que o assunto fosse suficientemente discutido".
A vereadora Regina Marques chega a acusar o presidente da Câmara de "colocar a CDU à margem" deste processo que "pretende alterar o PDM de forma enviesada" de maneira a permitir a construção de um complexo desportivo e de uma zona habitacional. No entender do vereador Chaleira Damas, o caso "é ainda mais complicado" quando se pretende "fazer uma segunda cidade" com cerca de 30 mil habitantes – incluindo a área habitacional na zona adjacente do PIS - "sem que para isso estejam previstas infra-estruturas básicas para a população".
Por outro lado, os comunistas condenam o facto do edil ter atribuído um pelouro a tempo inteiro à vereadora social democrata, Ana Isabel Alves, que por essa razão vai sair da SAD do Vitória e dar lugar ao histórico vitoriano Silvério Jones. No entender de Regina Marques, o presidente "esqueceu-se que a CDU foi a segunda força mais votada" nas eleições que deram a vitória ao PS na Câmara de Setúbal. Por isso, os comunistas interpretam a decisão como uma "uma aliança com o PSD e um garante e apoio à sua desastrosa política".
1 comentário:
Olá
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