República às avessas

Neste 5 de Outubro, a última vez em que se festeja o dia da implantação da República com um feriado nacional (até ver!), até o local da comemoração da efeméride foi alterado: da tradicional Praça do Município, em Lisboa, onde foi proclamada oficialmente a República em 1910, passou-se para um local mais recatado, o Pátio da Galé, e o povo escorraçado.
A coisa começou bem, com o hastear da bandeira nacional virada às avessas. Bandeira virada ao contrário, o símbolo internacional de país ocupado... Depois, a senhora que bravamente conseguiu furar o aparato securitário à laia de uma ditadura sul-americana para gritar a verdade, e ainda a heróica voz feminina que cantou Lopes Graça. Resistência.
E, por fim, o discurso de presidente anedótico, violinista de serviço com salva-vidas reservado neste titânico afundar de um país... que tem o "o melhor povo do mundo", nas palavras de quem o elogia como se acariciasse a crina de um burro destinado ao matadouro.
A República tem que se refundada, urgente e democraticamente.
Faz falta um novo 25 de Abril.