6.2.12

Um porta-voz europeu que nem merecia o salário mínimo

 Perante a convocação de uma nova Greve Geral na Grécia, um porta-voz da Comissão Europeia, Amadeu Altafaj Tardio, veio a terreiro atirar-se aos gregos porque estes resistem à redução do Salário Mínimo, que é de "751 Euros por mês", segundo afirmou. É capaz de ter exagerado no valor, pelo menos a crer no valor que o mesmo porta-voz anuncia para o Salário Mínimo português, 570 Euros (?!). Diz ele:

 «Para vossa informação, o salário mínimo na Grécia é de 751 euros por mês. Multipliquem por 14, porque há 14 meses, o que dá uma média de 870 euros por mês. Em termos comparativos, devo dizer por exemplo que em Portugal o salário mínimo é de 570 euros e em Espanha de 748 euros, se as minhas informações são correctas», afirmou Amadeu Altafaj Tardio." (ler o resto no jornal o "Sol")

As informações não estão correctas. Ou Passos e "sus muchachos" andam a informar mal a Europa ou o porta-voz nem merece o salário mínimo: 
O Salário Mínimo em Portugal é de 485 Euros.



Já agora, era para ser maior:

Segundo o Decreto-Lei n.º 143 /2010, de 31 de Dezembro, Artigo 1º:

"1 - O valor da retribuição mínima mensal garantida a que se refere o n.º 1 do artigo 273.º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro, é de Euros 485.
2 - O Governo toma as medidas necessárias para, nos meses de Maio e de Setembro, proceder à avaliação do impacte do estipulado no número anterior, com o objectivo de ser atingido o montante de Euros 500 até ao final do ano de 2011."

Este aumento para 500 Euros do Salário Mínimo nunca foi aplicado.

Lembra-se que o valor de 500 Euros (100 contos!) foi o resultado de um Acordo de Concertação Social também subscrito pela CGTP, a tal que "nunca subscreve nada".
Independentemente da opinião que se tenha sobre a "postura negocial" da CGTP, ou sobre a forma como conduz a luta dos trabalhadores, há uma pergunta que deve ser feita: Como se pode exigir a uma central sindical que subscreva acordos quando aquilo que é assinado anteriormente não é cumprido só porque favorece de alguma forma os trabalhadores?

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