Ouvi com interesse o Sr. Fernando Nobre a falar da actividade que o tornou conhecido porque acrescentava conteúdo humano àquilo que na cabeça dos outros eram números, percentagens e tabelas.
Cheguei a considerá-lo nas presidenciais, contra o "não-político" há mais anos na actividade política, mas não gostei da pose do médico no debate com Francisco Lopes. Nem o facto de não nutrir simpatia pelo candidato do PCP me diminuiu o asco: não gostei da pretensa superioridade moral arvorada por Fernando Nobre apenas porque o adversário é funcionário de um partido.
E depois, o debate com Cavaco onde vi a arrogância transformar-se numa quase subserviência perante um dos principais responsáveis pelo que estamos agora a a passar - e, sim, estou a descontar a orgia clientelista e sem princípios do PS.
Os partidos, goste-se deles ou não, são essenciais à Democracia, e só desvaloriza a sua existência quem tem má memória ou saudades da Ditadura. O discurso populista anti-partidos é-me suspeito porque normalmente vem da boca de quem conviveu bem com a falta de Democracia Política.
Quanto aos outros, há os desesperados consecutivamente traídos pelos dois únicos partidos que pensam que existem, os idiotas úteis que transformam a política num folclore maior do que já é, os comentadores da comunicação social por exemplo... e, está visto, os que ostentam a sua independência não para denunciar a dependência dos outros que nos trouxeram até aqui, mas como estratégia para aumentar o valor da OPA
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