Antes de se dizer que o Bloco "quer nacionalizar" tudo, leia-se o que se diz no programa, para não se estar a papaguear o que os comentadores da SIC e quejandos querem que fique no ar. Há que ser curioso. Em lado nenhum do prog. do Bloco é proposto a nacionalização da banca e dos seguros, mas sim que seja o sector público, através da C.G.D., a intervir no mercado, para obstar à especulação. Os "comentadores", "esticam" o texto de acordo com a sua conveniência (e dos seus patrões), mas não disfarçam o medo de que em Portugal, tal como nos países desenvolvidos do norte-europeu, comece a haver REGRAS. O que os deixa histéricos é que isso é possível. Calaram-se com a nacionalização do BPN, essa foi "boa", porque somos nós a pagar.
Eis o que está no Programa do bloco:
"A banca, os seguros e todo o sector financeiro são decisivos para a actividade económica, para o crédito e para a vida das pessoas e por isso devem ser públicos ou estar SOB O CONTROLO DE POLÍTICAS PÚBLICAS. Mas o Bloco rejeita que os contribuintes e o Estado financiem os prejuízos da especulação e do crime económico, e por isso se opôs à política do Governo Sócrates para o BPN e para o BPP.
Para responder de imediato à crise actual com medidas concretas sem deixar qualquer margem para justificações da inacção, o Bloco defende a recapitalização da CGD [...], de modo a financiar a extensão da sua actividade no seguinte sentido: - A CGD deve cobrar juros não especulativos que, protegendo a sua actividade, SEJAM INDUTORES DE UMA CONCORRÊNCIA QUE PENALIZE OS JUROS ALTOS, tornando-se possível transferir qualquer contrato de crédito sem custos entre bancos;
- A redução do custo do crédito para as pessoas e o apoio ao sector produtivo e às iniciativas da economia social permite ao sistema bancário público dirigir a política de crédito no país;
- Compete ao sistema bancário público apoiar o crédito bonificado para desempregados e outras situações socialmente justificáveis.
[...] A transferência de planos de poupança privados para os fundos de gestão pública deve ser isenta de qualquer tipo de comissão, reduzindo-se a mobilização de poupanças para fundos especulativos;
Ao REGULADOR PÚBLICO compete garantir a informação fidedigna sobre as condições do sistema bancário, como compete estabelecer tectos máximos para os juros praticados nos diferentes tipos de crédito, para evitar os abusos."
Como se pode verificar, é altamente "radical" para os interesses instalados que nos levam parte do salário para a especulação. Claro que voto Bloco. Sem medo!
(baseado no texto de um comentário inserido no jornal "Público")
Dúvidas? Leia! (abre o Programa do Bloco de Esquerda em formato PDF)
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