O Zeca e eu. Soube da sua existência pela capa modesta de um pequeno livro de poesia que um parceiro de carteira do liceu me passou para as mãos, ainda a madrugada de Abril estava longe de iluminar este pais de lágrimas de mães de soldados rasuradas a azul.
Li o livro mais pela transgressão adolescente do que pelas rimas - um amor que a escola nunca me despertara. Poesia "difícil", explicada por amigos. A poesia e as musas que a inspiravam.
Eram os tempos em que o "Impulso" voava sobre as cabeças dos estudantes da Amadora, palavras novas, contra a Guerra Colonial e a repressão policial. Agarrei um panfleto, agarrei o destino.
Depois, o cantor das músicas que se tornaram a banda sonora dos meus tempos felizes. Por essa altura eu já descobrira que era um puto que tinha o privilégio de viver a História fora dos manuais escolares. E já fizera chegar a sua poesia a outros miúdos que não sabiam que gostavam de palavras difíceis.
Anos mais tarde, migrado por paixão para a mesma cidade que também ele fizera a sua, habituei-me a vê-lo no café "Tamar", junto à rodoviária dos "Belos". Estava sentado na mesa do fundo, rodeado de malta que acabara de sair das fábricas e de gargalhadas que respondiam ao seu humor cáustico.
Quando a doença no-lo roubou, recordo uma cidade enlutada e as palavras de um companheiro que também pediu dispensa nesse dia: "Somos órfãos".
Li o livro mais pela transgressão adolescente do que pelas rimas - um amor que a escola nunca me despertara. Poesia "difícil", explicada por amigos. A poesia e as musas que a inspiravam.
Eram os tempos em que o "Impulso" voava sobre as cabeças dos estudantes da Amadora, palavras novas, contra a Guerra Colonial e a repressão policial. Agarrei um panfleto, agarrei o destino.
Depois, o cantor das músicas que se tornaram a banda sonora dos meus tempos felizes. Por essa altura eu já descobrira que era um puto que tinha o privilégio de viver a História fora dos manuais escolares. E já fizera chegar a sua poesia a outros miúdos que não sabiam que gostavam de palavras difíceis.
Anos mais tarde, migrado por paixão para a mesma cidade que também ele fizera a sua, habituei-me a vê-lo no café "Tamar", junto à rodoviária dos "Belos". Estava sentado na mesa do fundo, rodeado de malta que acabara de sair das fábricas e de gargalhadas que respondiam ao seu humor cáustico.
Quando a doença no-lo roubou, recordo uma cidade enlutada e as palavras de um companheiro que também pediu dispensa nesse dia: "Somos órfãos".
Clip promocional do álbum "Galinhas do Mato" (1985)
Foi filmado em Setúbal.
Conseguido através do sítio da
Associação José Afonso
1 comentário:
Não conhecia este video e já agora aproveito para te enviar estes dois links de Blogs meus :
http://victor-serra.blogspot.com/
http://1victorserra.blogspot.com/
estes links teem mais blogs incorporados um abraço Victor Serra
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